Mangabeira Unger é o novo ´querido companheiro´ de Lula

Ideólogo do PRB, partido de José Alencar e do bispo Crivella, Mangabeira Unger também coordenou campanha de Ciro Gomes, em 2002

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Por Agencia Estado
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Em discurso nesta segunda-feira para milhares de pessoas, em Campina Grande, o presidente e candidato à reeleição, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), tinha ao seu lado um novo "querido companheiro": o pensador Mangabeira Unger. Ele estará com Lula nos próximos dois dias, visitando o Norte, Nordeste e concluindo o roteiro no Rio de Janeiro. "Mangabeira veio diretamente de Harvard para o nosso comício", disse Lula, ao contar a "novidade" que ninguém nem prestou atenção. "Eu não vou pôr ele pra falar por que ele fala meio em inglês ainda", brincou, ao se referir ao sotaque do professor. Mangabeira é o principal ideólogo, membro-fundador e vice-presidente nacional do Partido Republicano Brasileiro (PRB), partido do também candidato à vice de Lula, José Alencar. Em 2002, ele foi coordenador do programa da campanha de Ciro Gomes à Presidência pelo PPS. De terno preto, Mangabeira Unger acompanhou, ao lado do ministro Tarso Genro, o discurso de 30 minutos de Lula, atacando as elites. Marisa Letícia, que Lula chamou de "querida galega", vestia camiseta vermelha com a estrela do PT. Não parava de acenar para os eleitores, acompanhando com o braço direito o ritmo das músicas. Políticos locais O presidente chegou às 17 horas desta segunda-feira, com um atraso de uma hora. Os eleitores, com bandeirinhas vermelhas começaram a chegar à praça por volta de meio-dia e foram se amontoando em frente ao palanque. Apesar do pedido do locutor, os eleitores do senador Ney Suassuna (PMDB-PB), acusado de envolvimento na máfia dos sanguessugas, erguiam as faixas de apoio do peemedebista a Lula. O senador, porém, não apareceu. No alto de um edifício de frente ao palanque, eleitores do candidato do PSDB, Cássio Cunha Lima, que disputa a reeleição, estenderam uma gigantesca faixa com o nome do tucano. Eles erguiam os braços e soltavam fogos. Mas o gesto não foi suficiente para atrapalhar a festa preparada pela coligação PMDB-PT para Lula, no segundo maior colégio eleitoral da Paraíba e reduto do PSDB. Terra de Cunha Lima, o tucano obteve cerca de 70% dos votos na cidade. Isso ajudou o presidenciável Geraldo Alckmin, que recebeu 43%. PMDB vermelho O comício de Lula aconteceu três dias depois da visita de Alckmin à Paraíba. De um eleitorado de 2,5 milhões, o petista recebeu 65,3% dos votos no primeiro turno e Alckmin 27,8% no Estado. Para pegar carona nessa situação confortável de Lula, o peemedebista José Maranhão, que disputa com Cássio, faz sua campanha colada ao presidente. O PMDB abusa da cor vermelha, tentando se identificar com o PT. Já Cássio faz uma campanha desvinculada à nacional, até porque tem votos no reduto de Lula. Apesar do alto índice de popularidade de Lula no Estado, seus estrategistas preferem deixá-lo longe dos populares, um contraste com o adversário tucano. Na sexta-feira passada, ao lado de jovial Cássio Cunha Lima, que tem 43 anos de idade, Alckmin deixou a capital em meio à euforia e histeria das paraibanas que brigavam para tocar no candidato. Já Lula não teve esse contato físico. Do alto do palanque, o petista estava protegido por uma megaprodução, que custou R$ 37 mil. Mas,antes do discurso, não parou de dar autógrafos.

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