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Mangueira conta a trajetória do ouro de Minas até o Rio

Por Agencia Estado
Atualização:

A Mangueira levou a sério a definição de que o desfile carnavalesco é uma ópera a céu aberto e encenou praticamente do início ao fim seu enredo, que contava a história da estrada por meio da qual escoava o ouro de Minas Gerais até os portos do Rio de Janeiro. Para isso, certamente contribuiram bastante os artistas que encheram as alas da escola. A Verde e Rosa fez um desfile sem falhas e, no final, chegou a arrancar alguns gritos de campeã da torcida na área da dispersão. Os empresários e políticos mineiros, que patrocinaram boa parte do carnaval da Mangueira, também estiveram presentes. O governador Aécio Neves (PSDB-MG) tinha um discurso pronto, que repetia à exaustão em todas as entrevistas: "Não sou um governador que virou mangueirense, mas um mangueirense que virou governador", dizia, fazendo questão de ressaltar que participava de seu segundo desfile na Marquês de Sapucaí e, portanto, não era um novato no samba. O dançarino Carlinhos de Jesus, como sempre, cercou de mistério a sua comissão de frente, utilizando até uma tenda na área da armação das escolas. Mas o efeito não causou a mesma surpresa de carnavais passados. A comissão obedecia o regulamento de ter, no máximo, 15 pessoas. Mas se misturava a elas dezenas de bonecos, dando a impressão de uma quantidade muito maior de gente. Ao mesmo tempo, as pessoas, que reproduziam figuram eminentes de Minas, como os políticos Tancredo Neves e Juscelino Kubitscheck, além de Tiradentes, Aleijadinho e Xica da Silva, eram retratadas como se fossem bonecos. Uma idéia original, mas que perdeu um pouco do brilho na avenida. O carnavalesco Max Lopes, fantasiado, veio como uma espécie de destaque numa das últimas alas. Ficou satisfeito com o desempenho da escola que trouxe carros gigantes e destaques, como o cantor Milton Nascimento, devidamente "coroado". Nem mesmo a modelo Gisele Bünchen resistiu à passagem da escola mais famosa do carnaval carioca. Com uma bandeira nas cores da Mangueira, cantou o samba todo e quase pulou do camarote de onde assistia o desfile. Leia abaixo a cobertura dos desfiles no Rio de Janeiro 1º DIA   Grande Rio entra na avenida com carros alegóricos censurados    História e tecnologia marcam o desfile da Salgueiro    Unidos da Tijuca festeja a criatividade dos cientistas    Caprichosos homenageia Xuxa, mas não empolga    São Clemente abre desfile com críticas políticas e sociais 

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