Maníaco diz que agiu sob "ação possessiva"

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Por Agencia Estado
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O motoboy Francisco de Assis Pereira, o ?maníaco do parque?, interrogado hoje durante 20 minutos no plenário do 1º Tribunal do Júri, disse ao juiz presidente Homero Maion que agiu sob o domínio de uma "ação possessiva" que não conseguia controlar. Francisco de Assis foi levado a júri popular pela terceira vez, agora pelo assassinato de cinco mulheres no parque do Estado, em 1998. O motoboy responde por cinco homicídios qualificados, ocultação de cadáver e atentado violento ao pudor. As vítimas são as jovens Selma Ferreira Queiroz, Patrícia Gonçalves Marinho, Raquel Mota Rodrigues e duas desconhecidas. Todas foram mortas por estrangulamento. Nesse julgamento, foram unificados cinco processos. Com isso, o 1º Tribunal do Júri zerou os processos contra Francisco de Assis Pereira, que estavam na pauta de julgamento. Restam ainda contra ele alguns inquéritos que não foram encerrados. Suspeita-se que o maníaco matou pelo menos 9 mulheres. O número exato, porém, provavelmente nunca será conhecido, segundo o promotor Edilson Mougenot Bonfim, que vai pleitear seja imposta ao réu pena mínima entre 70 a 90 anos. Nas duas vezes em que foi levado a júri popular, Francisco de Assis foi condenado a 45 anos pelas mortes de Rosa Alves Neta e Isadora Frankel. Cumpre, ainda, na penitenciária de Itaí, mais 107 anos por crimes de estupro, roubos e atentado violento ao pudor contra 9 mulheres que sobreviveram aos seus ataques. O acusado chegou ao Fórum da Barra Funda às 10h20 da manhã, aguardando na carceragem o julgamento, que começou às 14h10, com mais de uma hora de atraso. O júri deverá terminar na quinta-feira, quando finalmente ocorrerão os debates entre acusação e defesa. A defensora Maria Elisa Munhol insistirá no reconhecimento da semi-imputabilidade do réu, com base em exame psiquiátrico. Se a tese for acolhida, a pena será reduzida de um terço a dois terços, ou poderá ser convertida em medida de segurança consistente em internamento por prazo mínimo de 3 anos em manicômio judicial. Estavam arroladas para serem ouvidas em plenário 13 testemunhas. Entretanto, por acordo entre acusação e defesa, o número foi reduzido para 6: os peritos Paulo Vasques , Reginaldo Daher, o delegado de polícia Sérgio Luís da Silva Alves e as vítimas Elânia Cristovão da Silva, Sandra Aparecida Neves de Oliveira e Amanda Marinho Carneiro. Quando todas as sentenças condenatórias transitarem em julgado, as penas aplicadas a Francisco de Assis Pereira serão unificadas. De qualquer forma, segundo as leis brasileiras, ele não poderá ficar preso mais de 30 anos.

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