"Maníaco do Cemitério" espalha medo em São Caetano

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O medo tomou conta de São Cateano do Sul, no ABC paulista. Mulheres não saem mais à noite na rua. Crianças ficam trancadas em casa e só andam em grupos. Os pais vigiam qualquer movimento suspeito. O motivo é um homem de 1,75 metro de altura e cabelos escuros, pardo e magro, que aparenta ter entre 30 e 35 anos. A população o chama de Maníaco do Cemitério ou, simplesmente, o Tarado. Seu nome deve-se ao lugar onde ele atacou as duas primeiras vítimas: o Cemitério das Lágrimas. A polícia fez um retrato falado do suspeito, que pode ser o autor de outras duas tentativas de estupro na cidade, segundo levantamento concluído hoje pela Polícia Civil. Para a população, entretanto, a ação do bandido é muito mais grave. Boatos espalhados na cidade informam que ele matou várias mulheres, em crimes que, nas conversas, são recheados de mutilações. "No salão de cabeleireiro me disseram que ele matou uma moça depois de torturá-la", afirma Nice Moura de Freitas Dias, de 40 anos. Não importa o fato de a polícia não ter registrado nenhum homicídio na cidade nos últimos 45 dias. Os boatos dizem que tudo está sendo encoberto. "O bandido existe, mas não fez tudo isso que as pessoas estão dizendo", afirma o delegado Waldir Antonio Covino Junior, titular do 3.º Distrito Policial. Para tentar diminuir o medo, o delegado está fazendo palestras em escolas municipais e estaduais, orientando pais e alunos. "Digo às crianças para andarem em grupos, evitarem ruas desertas e divulgo telefones para denúncias (190, 199, 4221-7800 e 0800-156315)", conta o delegado. Faca - O rapaz procurado agiu pela primeira vez em 7 de agosto. Utilizando uma faca, ele abordou a estudante M.L.R.D., de 12 anos, em uma rua ao lado do cemitério e obrigou-a a entrar no lugar, onde a atacou. No dia 20, o criminoso fez sua segunda abordagem, também no cemitério. A auxiliar de cozinha A.P.S.M., de 19 anos, foi dominada pelo homem e obrigada a manter uma relação sexual entre os túmulos. Nos outros dois casos, as mulheres foram abordadas no centro de São Caetano do Sul, mas escaparam do bandido antes que ele as violentasse. Apesar do trabalho de esclarecimento da polícia, o medo continua. Até a reportagem levantou suspeitas. Alguém chamou a polícia quando o repórter entrevistava três alunas de uma escola em frente do cemitério. Desfeito o mal-entendido, o policial revelou que era a quinta vez na tarde que ele averiguava um suspeito. Todas as vezes em vão. "Não saio mais de casa à noite", explica a dona de casa Maria de Jesus Ferreira, de 34 anos, que é amiga da segunda vítima do maníaco. A cada cinco minutos, um carro da polícia passa em frente do cemitério. Vizinha dele, Nice Dias afirma que as pessoas só saem de casa em grupos. "O medo está deixando as pessoas trancadas. Até quando vai isso?"

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.