Manifestantes detidos no Rio ainda esperam alvará para serem soltos

Liberação foi concedida na sexta-feira; onze adultos e onze menores de idade ainda estão detidos desde manifestação dos professores

PUBLICIDADE

Por Roberta Pennafort
Atualização:

Rio - Onze adultos e onze menores de idade detidos na manifestação do Dia do Professor no centro do Rio aguardam o alvará para serem soltos neste domingo, 20. No caso dos adultos, autorizações da Justiça já haviam sido expedidas, mas eles permaneciam no complexo penitenciário de Bangu às 18 horas esperando a sua chegada, conforme informou a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária.

PUBLICIDADE

Quatro dos menores também esperavam o alvará no fim da tarde no Centro de Socioeducação Professor Gelso de Carvalho Amaral, na Ilha do Governador. Sete serão levados a juízo apenas nesta segunda-feira - poderão ser soltos imediatamente ou reenviados ao se integrar ao sistema do Departamento Geral de Ações Socioeducativa.

Outros sete menores já estão em casa, segundo o defensor público Fabio Schwartz, que os assiste. “As acusações são muito genéricas, não dizem o que cada jovem fez, daí a decisão da justiça de liberá-los. São estudantes matriculados, sem passagem pela polícia e que têm apoio familiar”, explicou. Eles foram apreendidos por supostos crimes de formação de quadrilha, tentativa de homicídio de policial militar e roubo de colete policial.

O defensor explicou que “99% dos jovens” são estudantes de escola pública e se solidarizam com os professores grevistas. Eles não se conheciam disse Schwartz, o que descaracterizaria a figura de bando ou quadrilha. São de classe média e classe média baixa e alguns sonham em ser professores no futuro, ele contou. “Os menores estavam ali por ideologia”.

De acordo com os defensores dos adultos já liberados (mais de 50), as acusações contra eles, entre elas destruição do patrimônio e formação de quadrilha, também são desprovidas de provas. Os manifestantes alegam que estavam na escadaria da Câmara dos Vereadores quando foram levados pela polícia sem que tivessem feito nada. Na Cinelândia, onde fica a Câmara, e em ruas próximas, tinha acontecido um confronto violento entre PMs e ativistas mascarados, com lojas destruídas e um ônibus da polícia incendiado. Os presos alegam não ter participado do conflito.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.