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Manifestantes pedem Parque na Rua Augusta

Via ganhará 178 mudas de árvores ao longo da semana que vem

Por Edison Veiga
Atualização:

Com abraço simbólico no terreno e cartazes onde se lia "Temos direito a um parque" e "Queremos o Parque Augusta", cerca de 500 pessoas - segundo a organização do ato - se reuniram ontem em um manifesto na frente da área de 23,7 mil m² na Rua Augusta, entre as Ruas Caio Prado e Marquês de Paranaguá, na região da Consolação. Moradores e estudantes de colégios próximos dali reivindicam, em uma luta que já dura alguns anos, a criação do Parque Augusta no local onde funcionou, entre 1907 e 1967, o colégio francês feminino Des Oiseaux. O terreno, tombado desde 2004, pertence a uma incorporadora e foi declarado de utilidade pública no ano passado, a pedido da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente (SVMA). Antes disso, a empresa proprietária vinha tentando aprovar no Conselho Municipal do Patrimônio Histórico (Conpresp), um projeto de construção de três prédios de 38 andares. "Queremos preservar o todo, o terreno inteiro", defende a líder comunitária Célia Marcondes, presidente da Sociedade dos Amigos e Moradores do Bairro Cerqueira César (Samorcc), que organizou a manifestação. Em nota, a SVMA confirmou que pretende transformar a área em um parque, informando que o processo de desapropriação está em "fase de avaliação administrativa pela Secretaria de Negócios Jurídicos". O novo parque fará parte do Programa 100 Parques, promovido pela secretaria, que pretende ter uma centena de espaços verdes em São Paulo até 2012 - hoje são 57 parques municipais. Para a presidente da Samorcc, o novo parque representaria uma melhoria na qualidade de vida da região. "Temos de preservar essa última área verde do bairro para que as pessoas tenham, efetivamente, um lugar ao sol, um espaço para sair de dentro do apartamento e tomar um solzinho", diz. AUGUSTA ARBORIZADA Os manifestantes aproveitaram o encontro - e a data, já que se comemorou ontem o Dia Mundial do Meio Ambiente - para iniciar o plantio de 178 árvores novas ao longo da Rua Augusta. "Hoje fizemos o plantio de dez mudas", conta Célia. "Ao longo da semana que vem, vamos plantar o restante na Augusta inteirinha." As mudas, de espécies variadas como ipê-rosa e falso-barbatimão, foram bancadas graças a um Termo de Compromisso de Ajuste de Conduta (TAC), resultante de crime ambiental ocorrido em 2005. Na época, os enfeites de Natal colocados por lojistas causaram danos irreversíveis nas árvores das redondezas, tamanha a quantidade de pregos utilizados para fixá-los nas plantas. A contrapartida acertada foi a colocação de novas árvores. De acordo com Célia, os exemplares escolhidos foram recomendados por um paisagista.

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