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Manifestantes voltam a acampar em frente ao Cais Estelita, no Recife

Após terem sido retirados em reintegração, eles prometem resistir e já têm programação cultural para a semana

Por Angela Lacerda
Atualização:

RECIFE - Depois de retirados pela Política Militar em uma reintegração de posse criticada pelo uso da força nesta terça-feira, 18, ativistas contrários ao projeto Novo Recife começaram a reconstruir o acampamento ao lado de fora do Cais Estelita, na rua, próximo à área onde o consórcio de empreiteiras pretende construir um condomínio com 12 torres de até 40 andares. Eles prometem resistir e já têm programação cultural para a semana.

De acordo com os integrantes do movimento #OcupeEstelita, 35 manifestantes saíram feridos dos conflitos que marcaram a reintegração. Todos estes manifestantes fizeram exame de corpo de delito por terem sofrido ferimentos leves. 

Durante o início da ação, os policiais lançaram bombas de efeito moral contra o grupo. Houve correria, quatro pessoas foram detidas e três ficaram feridas Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem

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Representantes de organizações sociais estiveram no local manifestando apoio ao movimento e repudiando o uso da força pelo governo do Estado na reintegração. A advogada do movimento disse que, por terem sido surpreendidos com a reintegração enquanto participavam de negociações mediadas pela Prefeitura do Recife, há a partir de agora uma desconfiança em relação ao poder público. "A nossa negociação está em crise", afirma. O novo acampamento tem cerca de 50 pessoas.

A área do Cais Estelita, com 101 mil metros quadrados, pertencia à União e foi adquirida em leilão pelo consórcio de empreiteiras Queiroz Galvão, Moura Dubeux, ARA Empreendimentos e LG Empreendimentos. Qualquer obra de demolição e construção está sob embargo judicial pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), pois a área é tombada pelo órgão. O projeto do consórcio representa um investimento de R$ 800 milhões. 

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