Marcola é acusado por morte de carcereiro

O carcereiro Elias Pereira Dantas foi executado por dois integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) em 14 de maio. Outro líder do PCC também foi acusado: Júlio César Guedes de Moraes, o Julinho Carambola

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Por Agencia Estado
Atualização:

Depois de acusá-lo de tráfico de drogas e de mandar matar o bombeiro Alberto Costa, agora o Ministério Público Estadual (MPE) resolveu denunciar Marcos Camacho, o Marcola, como mandante do assassinato do carcereiro Elias Pereira Dantas, executado por dois integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) em 14 de maio. Outro líder do PCC também foi acusado: Júlio César Guedes de Moraes, o Julinho Carambola. Segundo o MPE, como mandantes da onda de atentados praticados pela facção criminosa no Estado desde maio, Marcola e Carambola devem ser denunciados por todos os crimes praticados pelos seus subordinados, pois estes cumpriram ordens dos líderes. Marcola é também chamado pelos promotores na denúncia de "Ladrão de Oxigênio", uma alusão ao tamanho do nariz do criminoso. Para os promotores, a ação dos bandidos do PCC não deu chance de defesa para o carcereiro. "Elias participava de uma festa em um bar e, quando se dirigiu para o lado de fora, foi seguido pelos executores". Segundo a acusação, os criminosos não disseram nada à vítima e atiraram pelas costas. O inquérito sobre o caso demonstrou ainda, segundo os promotores do 1º Tribunal do Júri de São Paulo, que o crime foi "praticado por motivo torpe". O carcereiro foi morto apenas porque a cúpula da organização exigiu que seus subordinados matassem "o maior número possível de integrantes da força policial paulista". O objetivo dos bandidos seria demonstrar a força e o poder do PCC e causar o caos no Estado. Durante as investigações do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), a polícia descobriu que o crime foi praticado por Leandro Lopes Badollato, o Toquinho, e Michael do Rosário, o Zara. Os bandidos atiraram no carcereiro na Rua Antenas, na Vila Califórnia, na região da Vila Prudente, na zona leste de São Paulo. Os dois foram presos. Caso sejam condenados, os acusados podem pegar de 20 a 36 anos de prisão. Festival A denúncia sobre a morte do carcereiro ocorre uma semana depois que o MPE apresentou contra Marcola uma denúncia de formação de quadrilha, associação para o tráfico, tráfico de drogas e porte ilegal de armas. As provas para tanto foram obtidas durante a investigação das atividades da tesouraria do PCC que levaram à prisão 21 integrantes do grupo. Em junho, Marcola foi denunciado pelo assassinato do bombeiro, ocorrido em frente ao quartel do 2º Grupamento do Corpo de Bombeiros, na região da Luz, no centro de São Paulo. Nesses caso, Julinho Carambola também foi acusado do crime. A seqüência de denúncias contra os chefes do crime organizado faz parte da estratégia do MPE de criar um "festival de denúncias" contra a cúpula do PCC. Atualmente, Marcola está condenado a 39 anos de prisão.

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