Marcola revelou que houve acordo, segundo Jungmann

A ordem foi por meio de ligações para celulares de outros integrantes do PCC

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Por Agencia Estado
Atualização:

O deputado Raul Jungmann (PPS-PE) revelou à noite detalhes do acordo que colocou o fim à rebelião nos presídios e à onda de ataques do Primeiro Comando da Capital (PCC) em meados de maio. Informações sobre o acordo haviam sido negadas anteriormente pelos demais integrantes da CPI. Jungmann disse que Marcola confirmou ter recebido, no domingo que antecedeu ao fim da rebelião, a visita do coronel Ailton Brandão e de representantes do governo do Estado. De acordo com o deputado, Marcola incumbiu outro preso, Luiz Henrique Fernandes, conhecido como "LH", de dar o telefonema que faria cessar a onda de ataques. A ordem foi por meio de ligações para celulares de outros integrantes do PCC. Segundo Jungmann, Marcola repetiu o diálogo que teve com o coronel da PM em que o oficial sugeria uma trégua, pois já havia morrido muita gente dos dois lados. Ele confirmou também que o encontro foi intermediado por uma advogada Iracema Vasciavelo. Marcola contou também à comissão que, no momento em que o coronel pediu para que fosse cessado os ataques, a advogada tirou da bolsa um celular e o ofereceu. O criminoso retrucou: "A senhora não me conhece mesmo, senão saberia que eu não falo em celular." Em seguida, Marcola teria chamado o preso LH para dar o telefonema, que parou as rebeliões. Outro detalhe que Jungmann revelou é que Marcola sabia que o grupo de negociação usou um jatinho do governo para ir até o presídio. "Ele (Marcola) é um preso muito bem informado e sabe de tudo o que está ocorrendo, fazendo inclusive menção ao mensalão", disse o deputado. Até agora esse acordo vinha sendo negado pelas autoridades do governo.

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