Maré causa erosão e derruba oito casas em Iguape

Prefeito da cidade decretou estado de emergência parcial

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Por Agencia Estado
Atualização:

A força da maré abriu uma grande erosão e engoliu oito casas no final da tarde de quinta-feira, 27, em Iguape, no litoral sul do Estado, a 200 km de São Paulo. As construções de alvenaria, no bairro Porto do Ribeira, foram caindo, uma a uma, nas águas do Valo Grande, onde o canal do Rio Ribeira do Iguape encontra o mar. As famílias perceberam o avanço da erosão e abandonaram as casas às pressas. Muitas não conseguiram retirar o mobiliário. Uma das casas pertencia a um veranista de São Paulo e caiu com as portas fechadas e tudo o que havia dentro. Blocos de paredes, telhas, madeiras e móveis desapareceram nas águas do Mar Pequeno, onde o canal do Ribeira deságua. Moradores se apinharam nas margens do canal para assistir a ação da natureza. Postes de energia elétrica também foram engolidos pelas águas. Houve tempo apenas para desligar a energia. O prefeito Ariovaldo Trigo Teixeira (PMDB) decretou estado de emergência parcial na cidade. "Vamos precisar de R$ 1 milhão, apenas para o transporte do material necessário para deter a erosão", disse. Outras três casas continuam ameaçadas e foram interditadas. A prefeitura recebeu máquinas, caminhões e ajuda com pessoal das cidades Miracatu, Ilha Comprida, Eldorado, Registro, Jacupiranga e Cajati. "Está havendo muita solidariedade", disse o prefeito. As famílias desabrigadas foram acomodadas em casas de parentes. A Defesa Civil está fornecendo cestas básicas. O prefeito atribui o problema à não conclusão das obras da barragem do Valo Grande, que estão paradas há quase 20 anos. A barragem iria controlar a vazão do canal, aberto há mais de um século, mas não foram colocadas as comportas. "O enrocamento das margens ficou incompleto, parando justamente onde surgiu a erosão." Segundo o prefeito, a maré vinha solapando o terreno arenoso há vários anos. "Fizemos um pequeno aterro, mas não agüentou." Geólogos da Defesa Civil analisaram o terreno e interditaram a área para construções. Teixeira quer que o governo do Estado termine a barragem para amenizar o problema das marés. A colocação das comportas tem custo estimado em R$ 12 milhões.

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