PUBLICIDADE

Marta critica posição de vereadores

Por Agencia Estado
Atualização:

A prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT), criticou hoje a postura dos vereadores contrários à aprovação de dois projetos polêmicos que tramitam na Câmara Municipal: o do IPTU progressivo, que trará aumento da receita, e o da inclusão dos gastos com programas sociais no cálculo de investimentos em educação. "Eles estão na contramão do que a população de São Paulo quer para a educação", afirmou ela. A prefeita disse que se os projetos forem aprovados ela poderá construir 45 Centros Educacionais Unificados (CEU) e acabar com as filas das Escolas Municipais de Educação Infantil (Emeis). "Com a construção dos CEUs, em três anos eu mudo a cara da periferia da cidade", garantiu ela. Pelo projeto de Marta, os centros educacionais pretendem ser escolas abertas à comunidade. Eles não terão muros, em uma tentativa de reforçar a integração com a comunidade. O plano municipal de educação tem como meta a inclusão do aluno no ambiente escolar. Segundo a Prefeitura, os centros educacionais terão creche, educação infantil e ensino fundamental, além de teatro, piscinas e salas para oficinas, sendo que a gestão da parte cultural do projeto será comunitária. Marta acredita que a resistência que os projetos estão sofrendo na Câmara se dá por conta do "corporativismo" de alguns vereadores ligados a entidades e a sindicatos de classe. "O problema é só corporativo. Eles não compreendem a dimensão do projeto e estão mantendo uma visão restrita." A prefeita afirmou também que se os projetos não forem aprovados, a Prefeitura não terá verba e, portanto, "não haverá CEUs". "Eles não aprovando, quero os ver diante da população da periferia explicando para o povo a ausência das grandes escolas. Quero os ver explicando para os seus próprios eleitores." Aldeia da Esperança Marta visitou hoje pela manhã a Aldeia da Esperança, em Franco da Rocha. O local atende portadores de deficiência mental leve e moderada e é mantido pelo Centro Israelita de Assistência ao Menor (CIAM). Lá, 43 adultos têm sua própria casa e desenvolvem atividades de trabalho na comunidade. Os residentes também trabalham em oficinas e na produção de sacos de lixo, cuidam da horta, além de exercerem outras atividades. Acompanhada do secretário municipal da Saúde, Eduardo Jorge, Marta disse ter aproveitado a visita "para tentar conseguir adaptar a realidade da Aldeia da Esperança no trabalho com os portadores de deficiência de São Paulo". Durante a visita da prefeita, que plantou uma árvore (laranjeira), diretores e coordenadores do CIAM se propuseram a colaborar com o sistema de saúde mental da cidade. Marta visitou várias dependências da Aldeia da Esperança, principalmente casas dos residentes. Em uma delas, um morador do local deixou meias da Argentina expostas, como objeto de decoração. Bem-humorada, Marta disse: "Meias da Argentina. Ah, eu adoro" - o namorado da prefeita, Luís Favre, nasceu em Buenos Aires.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.