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Marta declara guerra aos empresários de ônibus

Por Agencia Estado
Atualização:

A prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT), declarou guerra aos empresário de ônibus que boicotaram a licitação do contrato de emergência de seis meses para os ônibus na cidade. Nenhum empresário compareceu na São Paulo Transportes (SPTrans) para entregar seu envelope com sua proposta para o contrato, que prevê mudanças na forma de remuneração das empresas. "É guerra, é guerra. Acabou a festa, a mamata e milhões da Prefeitura em contrapartida de ônibus", disse Marta. Segundo a prefeita, as empresas, que já estão sem contrato há quatro dias, vão continuar operando sem concessão até o dia 31. No dia 1º de agosto elas serão obrigadas a aderir a nova forma de remuneração prevista no contrato de emergência, caso contrário estarão fora do sistema. Pelos termos do novo contrato, 70% da arrecadação das empresas será proporcional ao número de passageiros transportados e 30% será proporcional ao custo operacional da empresa. Pela regra antiga, 65% da arrecadação das empresas estava vinculada ao custo operacional e apenas 35% relativo a quantidade de passageiros transportados. "Com o novo contrato, eles (empresários), eles vão ter que investir (nas frotas) e buscar novos passageiros. Eles vão ter que melhorar a qualidade e a freqüência dos ônibus", disse Marta. "Nessa luta, a Prefeitura vai todo dia matar um leão e se eles quiserem um zoológico inteiro ou uma África inteira, eles vão ter." Plano A prefeita garantiu ontem que tem um plano para que a população não fique sem transporte à partir de 1º de agosto, caso os empresários se recusem a assinar o novo contrato de emergência. "Até o dia 31 eles vão continuar trabalhando sem contrato e vão receber como antes. Dia 1º de agosto eles terão que assinar o novo contrato e, quem não assinar, está fora do sistema, não vai rodar", afirmou Marta. "Eu não estou blefando. Anote e cobre." Uma das alternativas da Prefeitura, segundo a reportagem apurou, será fazer uma redistribuição de ônibus com os empresários que concordam com o novo contrato. Esses empresários poderiam usar carros reserva e deslocar ônibus de outros municípios para São Paulo. Segundo Marta, existem empresários que estão dispostos a assinar o novo termo. A outra medida, seria a de trazer ônibus de outras cidades e de outros estados para prestarem serviços na cidade. "Conversamos com empresários de outros lugares para mostrar a proposta que a Prefeitura tem e a receptividade foi excelente", disse o secretário municipal dos Transportes, Carlos Zarattini. Segundo ele, os consórcios 4,5, e 6 perderam passageiros por causa da má-qualidade dos serviços prestados e os consórcios 1, 2 e 8 aumentaram o número de passageiros transportados. Ao todo, o sistema de transporte da cidade é gerenciado por oito consórcios, que comportam 42 empresas de ônibus. Por dia, são transportadas 3,7 milhões de passageiros. A reportagem do Estado procurou o presidente do Sindicato Patronal (Transurb), Sérgio Pavani, mas ele disse que não iria se manifestar sobre as críticas feitas pela prefeita e que a entidade iria distribuir nota à imprensa.

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