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Marta quer unir prefeitos metropolitanos para ajudar crianças

Por Agencia Estado
Atualização:

A prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT), afirmou hoje que vai propor aos outros prefeitos da Grande São Paulo um plano metropolitano para a recuperação de crianças em situação de risco que vivem ou trabalham nas ruas. Dados da Secretaria de Assistência Social indicam pelo menos 10.600 jovens nessa situação e metade viria de cidades como Guarulhos, Osasco e dos municípios do Grande ABC. A proposta deve ficar pronta em um mês. "Eu acudo as crianças daqui e, quanto mais acudo, mais as de outras cidades dirigem-se a São Paulo para ter os benefícios daqui", disse Marta. "Não dá para fazer muito sem a participação dos outros prefeitos." A administração municipal vai tentar identificar as causas que levam esses jovens para as ruas. "Muitos freqüentam escolas e depois não têm para onde ir. A família é desestruturada e não há equipamentos da Prefeitura que eles possam utilizar nesse tempo ocioso", afirmou a prefeita. De acordo com o secretário de Assistência Social, Evilásio Farias, a prefeitura vai trabalhar com dois grupos: crianças que moram nas ruas e as que vão para as ruas para trabalhar, mas que têm família. Todas, porém, em situação de risco. Os problemas sociais dessa parte da população não deverão ser resolvidos até o fim do mandato da petista, em 2004. "Será uma política nova, flexível, que deverá ser continuamente reformulada, mas não vamos concretizá-la em 4 anos, vamos dar uma direção, para ir se firmando aos poucos", disse Marta. Censo Uma das dificuldades para a execução do projeto é a falta de informações precisas sobre essa população. Desde 1973 não há uma estatística precisa das crianças em idade escolar vivendo na capital paulista. "Sabemos que existem 130 mil crianças de 0 a 6 anos esperando vaga nas creches e nas escolas municipais de ensino infantil (Emeis), mas não sabemos quantas crianças existem em São Paulo; precisamos fazer um censo, o que pode ser feito no ano que vem", disse a prefeita. O programa deve ser elaborado em parceria com outras secretarias e por uma consultoria da PUC-SP. Uma idéia, ao identificar a situação familiar dos jovens que vivem nas ruas, é levar os projetos sociais da prefeitura, como o Renda Mínima e o Começar de Novo, para os chefes de casa e evitar que os jovens cheguem a abrigos ou acabem indo para a Febem. Capacitação Na próxima semana deverá seguir para a Câmara Municipal o projeto Capacitação Ocupacional, o quinto programa social da administração petista. A idéia é oferecer cursos de até 60 horas para jovens desempregados com mais de 16 anos. Para isso, estão sendo negociadas parcerias com instituições, escolas e fundações da sociedade civil e também alternativas nas empresas municipais. Os cursos poderão dar origem a cooperativas de lixo reciclável, manutenção predial, costura, limpeza, alimentação, entre outros. O programa está incluído na verba de R$ 68 milhões neste ano, para os projetos sociais.

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