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Marta reclama do racionamento

Por Agencia Estado
Atualização:

A prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, reclamou da decisão sobre o racionamento de energia tomada pelo governo federal, sem que os prefeitos pudessem interferir na adoção da medida. A prefeitura reiterou que 78 mil trabalhadores podem perder o emprego em São Paulo por causa dos efeitos econômicos provocados pelo racionamento, de acordo com os números apresentados nesta sexta-feira pelo secretário municipal do Trabalho, Márcio Pochmann. Durante Encontro dos Prefeitos de Grandes Cidades do Cone Sul - MercoCidades, que se realizou em Buenos Aires nesta sexta-feira -, a prefeita defendeu uma maior participação dos prefeitos de cidades que representam fatias consideráveis do PIB no país, em decisões que afetem a população. "Os governos federais se apropriam dos recursos dos municípios sem que nós possamos participar das decisões que nos prejudicam", disse Marta Suplicy. Para ela, o encontro com os prefeitos da região servirá para intercambiar idéias e soluções para os problemas que são comuns às grandes cidades. Marta Suplicy será a representante da América Latina junto à Organização das Nações Unidas através da entidade que agrupa as grandes cidades do mundo. Sua proposta é realizar mais encontros para que, através das discussões entre os prefeitos, possam surgir as soluções para os problemas nas mais variadas áreas, como saúde, educação, cultura, entre outros. Marta Suplicy ficou surpresa ao saber do prefeito de Rosário, cidade localizada a mais ou menos 500 quilômetros de Buenos Aires, que ele havia conseguido aprovar uma lei que dá a seu município o direito de cobrar impostos pela exploração e uso do subsolo, como é o caso das companhias telefônicas que usam fibra ótica. Segundo ela, saber que há este precedente no país vizinho pode ajudá-la em sua briga para alcançar o mesmo objetivo. Uma liminar na Justiça impediu a prefeitura de efetuar essa cobrança. A prefeita afirmou que somente em encontros desta natureza é possível conhecer determinadas ações, problemas e alternativas. "A união das cidades serve para nos fortalecer, porque cada vez mais temos novas responsabilidades e menos recursos para atender à demanda social", afirmou Marta, ressaltando que é preciso pensar na reorganização dos Estados Nacionais. A prefeitura voltou a criticar a Lei de Responsabilidade Fiscal classificada por ela como "incompatível com as necessidades sociais". Neste sábado, Marta Suplicy e seis secretários municipais terão uma reunião com o prefeito de Buenos Aires, Aníbal Ibarra, e seus respectivos secretários. Será a primeira reunião de trabalho entre as duas maiores capitais do Mercosul, da qual deverão sair vários acordos de cooperação técnica nas áreas de saúde, educação, cultura, trabalho, desenvolvimento social e econômico e turismo.

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