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Matador do RS pode esclarecer mortes em outros Estados

Por Agencia Estado
Atualização:

A polícia gaúcha já recebeu pelo menos sete pedidos de delegados do interior de São Paulo, Paraná e Santa Catarina que querem esclarecer crimes ocorridos em suas regiões interrogando o biscateiro paranaense Adriano Vicente da Silva, de 25 anos, matador confesso de 12 crianças no norte do Rio Grande do Sul, preso desde terça-feira da semana passada. Há desde casos recentes, como o desaparecimento de uma menina de oito anos em Florestápolis, no Paraná, em 16 de novembro de 2003, e antigos, como o sumiço de quatro crianças de Rio Claro (SP), entre agosto de 1996 e julho de 1997, que podem ganhar novos rumos. O diretor do Departamento Estadual de Investigações Criminais do Rio Grande do Sul, João Paulo Martins, limitou-se a revelar o interesse que a prisão e as confissões de Silva está despertando em outros Estados, mas não informou de quem recebeu os pedidos. O delegado Antônio Firmino de Freitas Neto, de Venâncio Aires, município do Vale do Rio Pardo, a 125 quilômetros de Porto Alegre, anunciou que quer ouvir Silva sobre o desaparecimento, em março de 2002, de Luiz Fernando da Silva, à época com 12 anos. Há relatos de que o biscateiro foi visto trabalhando em lavouras da região. Em Rio Claro, a 180 quilômetros de São Paulo, o delegado seccional Joaquim Dias Alves revelou à imprensa local a intenção de investigar se há alguma relação entre o desaparecimento de quatro crianças e uma eventual passagem de Silva pela região, mas ainda não fez um pedido formal foi feito à polícia gaúcha. Por enquanto há poucos indicativos de uma conexão. Um deles seria a existência de uma linha de ônibus entre a cidade paulista a Erechim, no norte do Rio Grande do Sul, região onde ocorreram os crimes confessados. Inicialmente, a polícia paulista quer saber se Silva esteve no Estado. Embora imprecisos, levantamentos feitos pela imprensa gaúcha indicam que entre 1996 e 1997 Silva viveu em General Carneiro e Campo Alegre, no Paraná. Foi uma época em que amigos e familiares notaram mudanças no comportamento dele. E também o início de andanças pelos três Estados do Sul. Até agora, a ficha de Silva aponta como seu primeiro crime o assalto e assassinato de um taxista em União da Vitória (PR). O caso de Rio Claro continua um mistério. Somente as ossadas de Alisson Maurício Nicolau Cristo e de Daniela Regina de Oliveira foram encontradas. Até hoje, continuam desaparecidos os menores Aline Cristina dos Santos e Anderson Jonas da Silva. Há quatro anos, a polícia prendeu o andarilho Laerte Patrocínio Orpinelli, que teria confessado os crimes. Mas a falta de provas materiais e o surgimento, na época, de denúncias de irregularidades nas investigações policiais trouxeram dúvidas sobre a total elucidação do caso. Orpinelli não foi responsabilizado pela Justiça de Rio Claro em nenhum dos processos, embora continue num presídio do interior de São Paulo por condenações sofridas em outras cidades, também por desaparecimento e morte de crianças. As confissões do biscateiro ocorreram quase ao mesmo tempo em que Alves pediu à Justiça a reabertura do caso por entender que haveria indícios de participação de Orpinelli nos seqüestros.

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