Médici seria vítima de atentado, diz relatório

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Por Felipe Recondo e Leonencio Nossa
Atualização:

BRASÍLIARelatório confidencial produzido pelo Centro de Segurança e Informação da Aeronáutica (Cisa)em 9 de março de 1972 indica que o presidente Emílio Garrastazu Médici sofreria um atentado a bomba em encontro que teria no Rio com os presidentes da Argentina e do Uruguai. Outro documento do Cisa mostra que o ministro da Justiça do governo Costa e Silva, Gama e Silva, também seria alvo de atentado. Os detalhes sobre o atentado contra Médici foram passados à Aeronáutica por um informante, tratado no documento de "fonte de alta credibilidade". O atentado seria organizado por integrantes do Movimento Internacional Revolucionário (MIR), sediado no Chile. De acordo com as informações passadas à Aeronáutica, "estariam envolvidos nessa trama subversivos brasileiros banidos" inicialmente para a Argélia e depois para o Chile.O plano, conforme o relato, era explodir uma bomba plástica quando Médici estivesse reunido com o presidente do Uruguai ou, no dia seguinte, com o presidente da Argentina. "Numa dessas ocasiões deverá ocorrer um atentado contra a vida do presidente do Brasil", relata o informe. Outro relatório do Cisa, de 29 de fevereiro de 1972, revela que um "artefato explosivo" foi encontrado em um vaso de plantas durante o embarque de Médici. "Artefato foi colocado após a chegada de autoridades por pessoa desconhecida, mas autorizada a penetrar no recinto", informa o documento. As informações foram passadas ao Cisa no dia 21 de fevereiro de 1972.

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