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Médico é condenado a ajudar o Fome Zero

Por Agencia Estado
Atualização:

O médico gastroenterologista Rodrigo Barbosa Villaça, condenado por pornografia infantil, terá de pagar R$ 43,2 mil ao programa Fome Zero e prestar dois anos de serviços à comunidade. O juiz Marcus Vinicius Reis Bastos, da 12.ª Vara Federal do Distrito Federal, condenou o médico a três anos de reclusão, mas acabou substituindo a pena de restrição de liberdade por multa e serviço comunitário. Villaça foi flagrado em novembro de 2001 enviando fotos de crianças e adolescentes nus pela Internet de um computador localizado no Hospital de Base de Brasília, onde trabalhava. Na casa de Villaça, a polícia também encontrou disquetes com imagens pornográficas de menores. "O auto de prisão em flagrante e as inúmeras fotografias encontradas no microcomputador utilizado pelo acusado, além dos disquetes que ele próprio forneceu aos policiais federais com arquivos de imagens semelhantes, tornam incontroverso o fato de ter sido responsável pela publicação das cenas", justificou o juiz. O policial federal que participou do flagrante e prisão do médico, Ascendino Maia Neto, em seu relato no processo, contou que ao entrar na sala onde estava o médico o encontrou nu e com as calças nos pés. Na tela do computador, se viam várias imagens de crianças mantendo relações sexuais com adultos. O médico estava de plantão no HDB e, ao ver os policiais, disse que estava doente e precisava de tratamento, conforme relato de Maia Neto. "Agiu, pois, o acusado com a vontade livre e conscientemente dirigida à publicação das imagens de crianças e adolescentes na prática de atos sexuais com adultos, valendo-se das facilidades da rede mundial de computadores para o seu intento criminoso", concluiu o juiz que encaminhará a sentença para a diretoria do HDB e para o Ministério Público. Para o promotor de Justiça de Defesa dos Usuários de Saúde (Pró-Vida), Diaulas Ribeiro, a ?pena foi de bom tamanho? e decidiu não pedir a cassação do médico que já voltou ao trabalho. ?O ato dele é repudiável, mas não teve relação com o exercício da profissão?, continuou Diaulas, informando que o médico foi flagrado se masturbando em horário de trabalho diante de imagens de crianças nuas, mas não mexeu com pacientes. ?Se ele tivesse tocado em uma criança ou feito fotos, seria chumbo nele?. Segundo o promotor, a polícia vinha monitorando o médico alguns meses antes da prisão. O médico não tratava de crianças.

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