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Médico nega participação em mortes de meninos em Altamira

Por Agencia Estado
Atualização:

Acusado pelo Ministério Público de castrar e matar três meninos de Altamira, além de tentar assassinar outros dois menores que mesmo castrados sobreviveram, o médico da Fundação Nacional de Saúde Césio Caldas Brandão negou nesta segunda-feira participação nos crimes durante depoimento no Tribunal do Júri, em Belém. "Não conheço os outros acusados e sou inocente", afirmou. O agricultor Agostinho Costa, testemunha do processo, aponta o médico como o homem que ele viu saindo de um matagal com um facão sujo de sangue numa das mãos e um saco plástico com um objeto dentro. Dias depois, no mesmo local, foi encontrado o corpo de um dos meninos assassinados. "Ele não me viu, porque nunca fui ao mato para caçar. Eu estava de plantão na Fundação de Saúde", disse o médico. Interrogado pelo juiz Ronaldo Valle, ele disse não se lembrar se também estava de plantão no hospital quando os crimes foram praticados. Mas reconheceu os objetos apreendidos em sua casa, entre eles uma baioneta e um medicamento indicado para distúrbios do sono. Sobre a baioneta, alegou ter recebido de presente de um colega. O julgamento de Césio Brandão deve durar três dias. Nas duas sessões anteriores, o ex-policial Carlos Alberto dos Santos e o comerciante Amaílton Gomes Madeira foram condenados a 57 e 35 anos de prisão em regime fechado. O médico Anísio Ferrreira de Souza pegou 77 anos. O juiz Ronaldo Valle negou hoje um pedido de revogação da prisão preventiva de Valentina de Andrade, líder da seita Lineamento Universal Superior (LUS). Na semana passada ela tentou fugir do País para escapar de seu julgamento, previsto para o próximo dia 22. Os advogados de Valentina tentaram negar que ela tivesse a intenção de deixar o Brasil, mas não convenceram o juiz. "Os motivos alegados não são sustentáveis diante das provas", justificou Valle.

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