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Médico seqüestrado é libertado pela polícia

Por Agencia Estado
Atualização:

O médico Carlos Antônio Del Roy, seqüestrado na manhã desta quinta-feira, na Vila Mariana, na zona sul de São Paulo, foi libertado por policiais militares num barraco da Favela Pantanal, divisa entre São Paulo e Diadema. A Pantanal é uma das maiores de São Paulo, e a mesma favela onde foi mantido em cativeiro, por algumas horas, o prefeito de Santo André Celso Daniel, que acabou assassinado a tiros pelos seqüestradores em uma estrada de Juquitiba. Del Roy foi atacado por quatro bandidos quando chegava de motocicleta à sua casa. Os seqüestradores obrigaram-no a entrar num Chevette e, da Vila Mariana, seguiram para Diadema. A menos de 1 quilômetro da favela, tiraram-no do Chevette e passaram-no para um Santana, que seguiu para a Favela Pantanal. Os militares da força tática do 24º Batalhão Policial Militar receberam a informação do cativeiro pelo Disque-Denúncia algumas horas após o seqüestro. Uma pessoa telefonou dizendo que um homem fora levado para um barraco onde moravam cinco homens e duas mulheres. Os policiais fizeram um levantamento para evitar a fuga dos seqüestradores. O barraco foi cercado e, quando perceberam a presença dos PMs, os bandidos ameaçaram matar o refém. Diziam que, se houvesse a invasão do cativeiro, o primeiro a morrer seria o médico. Com uma submetralhadora, uma pistola semi-automática de calibre 9 milímetros e um revólver de calibre 38, os seqüestradores passaram a fazer exigências. Queriam um carro, coletes à prova de balas e a retirada dos militares da favela. Com a chegada de mais policiais e após algumas horas de negociação, os criminosos jogaram as armas para fora do barraco e saíram com as mãos sobre a cabeça. O médico foi encontrado pelos policiais num dos quartos do barraco. Tinha as mãos e os pés amarrados, e a cabeça coberta por um capuz. Os militares disseram que Del Roy tinha hematomas pelo corpo. Os bandidos espancaram-no a socos, pontapés e golpes com os canos e as coronhas das armas. Queriam nomes e telefones de familiares para dar início ao pedido de resgate. De acordo com os soldados que libertaram Del Roy, mesmo sem reagir, o médico "apanhou muito dos seqüestradores". Foram presos Luiz Eduardo dos Santos Silva, Clésio Ronaldo Ferreira, Rogério de Souza Lima e um menor de 15 anos. Além das armas, os militares apreenderam dois celulares. Os quatro foram encaminhados para a Divisão Anti-Seqüestro (DAS), onde Silva, Ferreira e Lima foram autuados. O menor foi recolhido à Febem. Desde que foi inaugurado, em 25 de outubro de 2000, o Disque-Denúncia (0800-156315) recebeu mais de 100 mil ligações, que resultaram em 2.601 prisões, 289 veículos recuperados, 504 apreensões de armas e munição, 883 de drogas e a libertação de 10 pessoas seqüestradas em cativeiros.

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