Médicos da PM atendem de graça em favelas do Rio

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Por Agencia Estado
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Ocupado desde 8 de maio por mil homens da Polícia Militar, divididos em grupos de 250 soldados, o Complexo da Maré, que reúne quase dez favelas, com cerca de 220 mil habitantes, na zona norte do Rio, conta agora com atendimento médico e odontológico gratuito feito por profissionais da corporação. Batizado de "Liberdade e Cidadania", o projeto foi lançado hoje e não tem data para terminar. A solenidade aconteceu numa área marcada por constantes conflitos, entre as favelas do Timbau e Nova Holanda, dominadas por facções criminosas adversárias. Outras comunidades ainda não escolhidas serão beneficiadas no futuro. Diariamente, 45 policiais da área da Saúde prestarão atendimento à população, das 9h ao meio-dia, em três pontos diferentes. "Nossos policiais não usarão armas, mas bisturis, que vão extirpar tumores e dores da comunidade", discursou o secretário de Segurança do RJ, Josias Quintal. A PM tem dois hospitais - um no Rio e outro em Niterói - e três policlínicas. Medo A nova função provocou apreensão entre os médicos, sentimento que é negado pela cúpula da Segurança. "Não me sinto menos inseguro do que em minha própria casa. Vivemos um momento difícil", disse o capitão médico Daves Traulib, sob o olhar do comandante da PM, coronel Wilton Ribeiro. "Não existe temor. É só o que tenho para responder", disse a tenente-médica Solange Nigri. Na sexta-feira, entretanto, o problema foi discutido em uma reunião entre os médicos e o diretor do Hospital Geral da PM. Os moradores do Complexo da Maré terão acesso gratuito à expedição de documentos, cursos de capacitação, tratamento para dependentes químicos, atividades culturais e desportivas, educação ambiental e até apoio religioso. Eles poderão ainda denunciar maus policiais. Novo batalhão Quintal anunciou, para breve, a construção, no Complexo da Maré, de um quartel da PM, em terreno cedido pela prefeitura. A obra ainda está em fase de licitação e deverá abrigar um novo batalhão da corporação, o Batalhão de Policiamento de Áreas Especiais (Bpae), desdobramento da experiência com o Grupamento de Policiamento de Áreas Especiais (Gpae), que atua nas favelas do Cantagalo, Pavão e Pavãozinho, na zona sul. "Vamos acabar de vez com o tráfico de drogas aqui", afirmou o comandante da PM. O efetivo do Bpae deve ficar entre 800 e mil policiais.

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