Médicos examinam jovens candidatas a modelo

Agência avalia finalistas, após morte de modelo e polêmica sobre anorexia

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Por Agencia Estado
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Aulas de como andar na passarela e de maquiagem, mas também lições de como se alimentar de maneira saudável e uma consulta médica. Na noite desta terça-feira ocorre a final nacional do Supermodel Brasil, realizado pela Ford Models. Na segunda-feira, as 15 finalistas do concurso passaram por uma avaliação médica para a agência verificar se alguma delas têm distúrbio alimentar ou está muito abaixo do peso normal. Nenhuma foi reprovada. O concurso ocorre duas semanas depois que a anorexia nervosa provocou duas mortes no Estado. No dia 14, morreu a modelo Ana Carolina Reston. No dia 17, foi a vez da universitária Carla Cassalle. Ambas tinham 21 anos. Os casos deixaram na defensiva as principais agências do País e alimentaram a polêmica sobre o estímulo do mundo da moda à anorexia. Em setembro, os organizadores da semana de moda de Madri já tinham anunciado que, em virtude desse debate, vetariam a participação de top models excessivamente magras no evento. Esguias e com cabelos longos, as selecionadas do Supermodel Brasil não têm mais de 17 anos. Em alguns casos, como o de Bruna Velho, de 13, mal chegaram à adolescência. Na sala do hebiatra (médico especializado em adolescentes) Mauro Fisberg, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), as meninas foram questionadas sobre seus hábitos alimentares. ?Pergunto se fizeram alguma dieta para alcançar a medida e ainda faço uma análise prévia sobre a massa muscular?, disse. Segundo Fisberg, o Índice de Massa Corporal (IMC) não é levado à risca no caso das adolescentes. ?O índice de 18,5, considerado normal, é o de uma mulher adulta (56 kg para 1,75 m de altura). Consideramos de 15 a 16 um índice aceitável para meninas saudáveis de até 17 anos.? Na sexta-feira, ocorre outra final de concurso, o da agência Elite Models. Na segunda-feira, apesar da descontração entre as 20 modelos, o tema saúde não foi colocado de lado. ?Depois que a modelo morreu por causa da anorexia, minha mãe me fez fazer um monte de exames?, contou a gaúcha Ana Lídia Corrêa, de 16 anos, que mede 1,79 m e pesa 55 kg. ?Sempre fui magra.? A Elite e outra agência, a Mega, que têm a decisão do seu concurso marcada para o dia 16, informaram que oferecem palestras com nutricionistas e psicólogos para as finalistas. Os prêmios das ganhadoras são tentadores: da Ford, um contrato de quatro anos no valor de R$ 150 mil; da Mega, R$ 100 mil em contratos de trabalho; da Elite, o contrato e a chance de disputar o concurso internacional.

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