Os médicos paranaenses fizeram um protesto esta manhã, no centro de Curitiba, para chamar a atenção sobre a relação com os planos de saúde. O Conselho Regional de Medicina (CRM) orientou os cerca de 14 mil médicos do Estado a paralisarem o atendimento das consultas e procedimentos eletivos dos planos e seguros de saúde das 7 às 11 horas. De acordo com as lideranças, nos últimos 13 anos não houve qualquer reajuste nos valores repassados aos profissionais, o que representaria uma perda de 300%. "Mas esse valor foi repassado aos usuários dos planos", afirmou o presidente da Comissão Estadual de Honorários Médicos, Hélcio Bertolozzi Soares. Segundo o presidente do CRM, Donizetti Giamberardini, a Agência Nacional de Saúde Suplementar regula os valores entre o usuário e os planos, mas não entre estes e os médicos, que ficam à mercê do mercado. "A situação é insustentável e coloca em risco a boa qualidade do atendimento", alertou Giamberardini. Em razão dos valores baixos, sustenta ele, médicos estariam trabalhando de 12 a 14 horas por dia, atendendo a um maior número de pacientes e prescrevendo menos exames. Os médicos pretendem que os planos de saúde implantem a Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos, tabela elaborada durante três anos. "Não queremos criar nenhum enfrentamento, mas essa possibilidade não está afastada", acentuou Soares.