Megaoperação prende 170 suspeitos de integrar facções criminosas em Minas Gerais

'O Regresso' mira alvos foragidos da Justiça e acusados de crimes de homicídio, latrocínio, tráfico de drogas e associação criminosa

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Por Paulo Roberto Netto
Atualização:

SÃO PAULO - O Ministério Público de Minas Gerais, em parceria com as polícias civil e militar, cumpriu mais de 170 mandados de prisão em todo o Estado na manhã desta terça-feira, 3. Batizada "O Regresso", a megaoperação mira suspeitos de integrar facções criminosas que estavam foragidos da Justiça ou haviam evadido o sistema prisional mineiro.

Segundo o promotor de justiça Henrique Nogueira Macedo (centro), trabalhos de investigação foram realizados por três meses pelas políciais civil e militar Foto: Ministério Público de Minas Gerais / Divulgação

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Segundo o promotor de justiça e coordenador do Centro de Apoio das Promotorias Criminais do Ministério Público Henrique Nogueira Macedo, os setores de inteligência das duas polícias realizam trabalhos de monitoramento, identificação e localização dos suspeitos em todas as 19 regiões integradas de segurança pública do Estado. As investigações começaram em abril e tinham como prioridade levar à prisão alvos envolvidos em crimes graves que continuavam ativos em Minas Gerais. Alguns mandados já haviam sido cumpridos, mas a maioria das prisões foi efetuada nesta manhã.+ Governo de MG associa ataques a bloqueadores de celular em presídios "Tivemos o cuidado de selecionar crimes graves, então a maior parte deles são de homicídios e latrocínios", disse Macedo. "Depois, seguimos o critério de atualidade a partir de informes das policiais civil e militar que informavam que os alvos ainda se dedicavam à prática criminosa."

Até o fim da manhã, a Polícia Civil informa que foram cumpridos 174 mandados de prisão em todo o Estado - a maioria por crimes de homicídio, roubo, latrocínio, tráfico de drogas e associação criminosa. Batizada "O Regresso", a operação também mira alvos que já tiveram passagens pelo sistema prisional mineiro. O balanço de reincidentes, no entanto, ainda não foi divulgado pelo Ministério Público.+ Mais de 80 pessoas foram presas por suspeita de incendiar ônibus em MG

Segundo Macedo, o trabalho de monitoramento de suspeitos continuará a ser realizada pelas forças de segurança pública. "Hoje não é o único dia da operação. Outros alvos continuam a ser monitorados e a operação seguirá em andamento com as polícias militar e civil", disse.+ Ação contra o PCC expõe ordens para matar agentes públicos

Prisões. O Ministério Público informou que a maioria das prisões cumpridas nesta terça são de caráter preventiva por se tratar de mandados de recaptura. Há também casos de prisões temporárias e por condenação criminal. Alguns suspeitos foram detidos em flagrante durante o cumprimento dos mandados.

"Não se trata do cumprimento de prisões por pensão alimentícia. Se tratam de alvos contumazes na prática de crimes violentos", disse o Superintendente de Investigação e Polícia Judiciária Carlos Capristano, da Polícia Civil.+ Cartas no esgoto deram base à investigação contra o PCC

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Devido ao grande número de detidos, a Secretaria de Administração Prisional de Minas Gerais (Seap) foi notificada. Apesar do Estado enfrentar problemas de superlotação em alguns presídios, o Ministério Público garantiu que a transferência dos detentos não enfrentará problemas. "Adotamos todas as medidas para que essa população ingressassem sem maiores transtornos dentro do sistema prisional", disse Macedo.

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