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Membros do PT-SP querem expulsar novamente vereador

Por Agencia Estado
Atualização:

Apesar do diretório estadual do PT já ter decidido sobre o assunto, a polêmica envolvendo o vereador Carlos Giannazi (suspenso do PT) está longe de ser encerrada. Membros do diretório municipal do partido ligados à prefeita Marta Suplicy (PT) estudam a possibilidade de dar entrada à um recurso no diretório nacional do partido pedindo novamente a expulsão do vereador. Ontem o diretório estadual transformou a expulsão em uma suspensão de um ano, retroativa a dezembro. A reunião acatou o recurso impetrado pelo vereador contra a decisão aprovada pelo diretório municipal, no dia 16 de abril. Giannazi foi expulso por ter votado contra o projeto que alterou o cálculo dos recursos que devem ser destinados à educação. O projeto, elaborado pelo Executivo no fim do ano passado, alterou o artigo 208 da Lei Orgânica do Município e permitiu à Prefeitura incluir outros gastos no orçamento do ensino, como programas sociais, uniformes e transporte escolar. "Mesmo depois de toda a discussão, ele (Giannazi) insiste em desqualificar o projeto de educação da Prefeitura e a prefeita Marta Suplicy", disse o líder do PT na Câmara, vereador Arselino Tatto, que participa do grupo mais ligado ao Palácio das Indústrias. Segundo ele, que integra o diretório municipal e votou pela expulsão, o assunto deve ser discutido entre o grupo que desejava que o desligamento do vereador. Segundo apurou a Agência Estado, a maior parte dos descontentes com o desfecho do episódio são os membros do diretório municipal ligados ou que integram o governo, como o secretário de Implementação das Subprefeituras, Jilmar Tatto, o secretário de Comunicação Social, Valdemir Garreta, e o próprio Arselino Tatto. "Vamos ter uma conversa esta semana para avaliar como isso será feito", disse Tatto. O presidente do diretório municipal, vereador Ítalo Cardoso, afirmou que não há decisão alguma sobre um novo recurso contra Giannazi. "Houve uma decisão do diretório estadual em suspendê-lo e eu acato plenamente", disse Cardoso, que elaborou o relatório propondo a expulsão do parlamentar. Ele admitiu, entretanto, que o assunto poderia ser discutido na reunião marcada do diretório marcada para hoje. "Não posso dizer nada nem como militante e nem como presidente, pois é um assunto que não foi discutido", completou Cardoso. Garreta afirmou que não tem conhecimento sobre o assunto. "Isso é gravíssimo, pois mostra uma grande contradição do diretório municipal, cujos membros afirmaram que a intenção nunca foi me expulsar", rebateu Giannazi. "É uma atitude que demonstra uma grande contradição entre o discurso e a prática", completou. O vereador também deve entrar com um recurso no diretório nacional para revogar a suspensão de um ano das atividades partidárias. "Eu continuo injustiçado, pois votei de acordo com a trajetória histórica do partido."

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