Mendonça declara apoio a Alckmin, mas não descarta parcerias com Lula

Já seu principal adversário, o ex-ministro da Ciência e Tecnologia Eduardo Campos, disse que governará com o "amigo" Lula

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Por Agencia Estado
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Depois de um primeiro turno sem se referir, no programa eleitoral do rádio e televisão, ao aliado candidato a presidente, Geraldo Alckmin (PSDB), o governador e candidato à reeleição Mendonça Filho (PFL) disse nesta segunda-feira, com todas as letras, que o tucano é o seu candidato à presidência. Mas fez questão de frisar que o governo de Pernambuco mantém parcerias com o governo Lula. "Acima das cores partidárias está o povo pernambucano", arrematou. A declaração de voto foi repetida em uma das inserções da televisão, enquanto o seu opositor, o ex-ministro da Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos (PSB), destacou sua intimidade e entendimento com o presidente, que tem larga e expressiva preferência do eleitorado nordestino. "Vou ter a felicidade de trabalhar com meu amigo presidente da República que quer tanto bem a Pernambuco". Eduardo afirmou que o presidente o conhece, sabe da sua capacidade de trabalho, de disciplina, de sua condição de reunir pessoas eficientes para traduzir o discurso em ação concreta. E realçou "ser este o momento de Pernambuco afirmar sua tradição guerreira, de preocupação com o Brasil". Avaliou que "será muito bom" para Pernambuco ter dirigentes comprometidos - em todos os âmbitos - com uma mesma forma de trabalhar e com os mesmos compromissos com os mais pobres: Lula no Palácio do Planalto, ele no Palácio do Campo das Princesas e o prefeito do Recife, João Paulo (PT), um dos coordenadores da campanha de Lula. Preço da conta de luz Eduardo ironizou a redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) na conta de luz dos mais pobres, pelo governador, na sexta-feira passada, e prometeu reduzir ainda mais o preço da energia para a população. "Mendonça me deu razão antes do tempo", disse, ao destacar sua iniciativa de levantar o assunto durante a campanha do primeiro turno. "Foi um reconhecimento", segundo ele, de um erro de oito anos, submetendo o povo pobre a pagar o mesmo imposto de quem mora em apartamento de luxo. "Ele (Mendonça) viu que foi profundamente injusto com o nosso povo e a 20 dias da eleição baixou esse pouquinho do imposto", observou, ao alertar: "O povo vai acertar essa conta com você no dia 29". Mendonça isentou do ICMS os que gastam até 50 KW e enviou à Assembléia projeto baixando de 25% para 20% quem consome de 51 a 120 KW. Eduardo considerou Pernambuco "desequilibrado do ponto de vista econômico e social". Em contrapartida, a coligação União por Pernambuco, liderada pelo senador eleito Jarbas Vasconcelos (PMDB), vinculou Eduardo Campos ao "atraso". Reportagens na imprensa quando ele foi secretário de Fazenda do ex-governador Miguel Arraes (1994/98) foram mostradas, revelando as dificuldades econômicas que enfrentou o Estado na época. Jarbas lembrou ter recebido o Estado quebrado, com três folhas de servidores a pagar e com um débito de R$ 1,3 bilhão.

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