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Menina de 4 anos morre após ser picada por escorpião

Yasmin Lemos Campos foi picada quando brincava no quintal de casa; ela morava em Cabrália Paulista, interior de SP

Por Rene Moreira
Atualização:

FRANCA - Foi sepultado na manhã desta quarta-feira, 11, o corpo de Yasmin Lemos de Campos, de 4 anos, vítima de um escorpião em Cabrália Paulista. Ela foi picada quando brincava no quintal, por volta das 11h de terça-feira, sendo socorrida até o posto de saúde. Como o local não tem soro, começou uma peregrinação por atendimento.

De lá, a menina foi transferida para o hospital de Duartina, município a 10 quilômetros de distância. O estabelecimento, porém, também não tinha soro para prestar o atendimento adequado.

Yasmin Lemos de Campos morreu terça, 10, picada por escorpião em Cabrália Paulista Foto: Arquivo familiar

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Yasmin teve então de esperar uma ambulância de sua cidade para ser mandada para Bauru, a 50 quilômetros. Com a burocracia, o soro antiescorpiônico foi ministrado às 14h10 na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Jardim Bela Vista, em Bauru, mais de três horas depois da picada.

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A criança não resistiu e acabou morrendo. "Foi tudo muito demorado. Eles ligaram para Cabrália mandar uma ambulância. Isso não está certo", disse Letícia Lemos, mãe da criança.

O prefeito de Cabrália, Zequinha Madrigal (PTB), falou que o envio da ambulância foi rápido, mas que a vizinha cidade deveria ter providenciado o transporte. Isso não ocorreu devido a um acordo entre os municípios, que prevê o fornecimento da ambulância conforme a origem do paciente.

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A direção do hospital de Duartina alega ter seguido este protocolo, enquanto que a prefeitura local informa que nesse caso a regra poderia ser quebrada. Para apurar o que aconteceu e as eventuais responsabilidades foi aberto inquérito na Polícia Civil. "Vamos levantar todo o atendimento, desde o início, para apurar se houve falhas", disse o delegado Paulo Calil.

Mortes

Com o período de estiagem outras crianças já perderam a vida este ano vítimas de escorpiões no Estado. Em Sumaré, um menino morreu no último sábado, 7, seis dias após ser picado pelo bicho ao calçar um tênis.

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Em abril deste ano outro garoto, este de 6 anos, também foi vítima do bicho peçonhento, mas em Barra Bonita. E sem soro na cidade, teve de ser mandado para o hospital de Jaú, onde acabou falecendo.

Doses

A Secretaria de Saúde de São Paulo informou que em 2018 já foram registrados 11,5 mil casos de ataques de escorpião no Estado e que apenas redistribui o soroantiescorpiônico, sendo a aquisição e a distribuição de responsabilidade do Ministério da Saúde. Esclareceu também que "o envio de ampolas a São Paulo  continua ocorrendo de forma irregular" e que a necessidade é de 650 ampolas por mês, mas em julho por exemplo o Estado recebeu apenas 126 ampolas.

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Já o Ministério da Saúde dá outros números e diz que em julho São Paulo recebeu 350 doses e que os Estados "são responsáveis por fazer a distribuição", podendo remanejar "de uma cidade para outra". Informou ainda que o soro é enviado "de acordo com a demanda de cada estado, conforme análise realizada pela Coordenação-Geral de Doenças Transmissíveis".

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