Menino morre em piscina de clube

Família diz que sucessão de erros provocou afogamento de garoto, em Franca, cujo braço ficou preso em ralo

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Por Brás Henrique
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A família do menino Gabriel Antônio Posteraro Matias, de 10 anos, que morreu afogado no final da tarde de anteontem em Franca, na região de Ribeirão Preto, está indignada com o incidente. "Não foi uma fatalidade, foi uma série de erros", afirma a tia e madrinha do menino, Dinamaris Posteraro Mantovani. Segundo ela, os pais de Gabriel, Antonio e Damaris, estão transtornados e sob efeito de medicamentos. "Isso não poderá ficar impune", garante Dinamaris. Após confraternização de final de ano, no último dia de aula, com dezenas de garotos, muitos pularam na piscina do Internacional Esporte Clube e Gabriel teve o braço sugado pelo vão do ralo (que estava destampado) quando a bomba de sucção de água estava ligada. Ele foi levado ao hospital, mas não resistiu. A Polícia Civil investiga o caso e a prefeitura aguardará o laudo pericial. O corpo de Gabriel foi enterrado no início da tarde de ontem e os parentes ainda não acreditam no que ocorreu. A prefeitura tem convênio com o Internacional Esporte Clube, na Vila Santos-Dumont, para usar a piscina durante as aulas de natação. A piscina, segundo Dinamaris, é grande para a faixa etária dos alunos, além de ter profundidade de 1,5 metro. "Nunca teve salva-vidas lá e era preciso ter um", comenta a tia, destacando que as aulas eram nessa mesma piscina. Por causa do incidente, o clube ficou fechado ontem e ninguém se manifestou. A Assessoria de Imprensa da prefeitura informou que a Secretaria de Educação, que tem o convênio com o clube, vai aguardar o laudo pericial para se pronunciar. Dinamaris afirma ainda que a máquina de sucção para filtrar a água da piscina não poderia estar ligada naquele instante. Além disso, ninguém teve a iniciativa de desligá-la quando o garoto ficou preso no fundo da piscina. Várias crianças tentaram retirar o braço de Gabriel do vão do ralo, que igualmente estava destampado, o que também não poderia ocorrer. A tia ainda diz que a professora, mais experiente, não pulou na água, limitando-se a coordenar os bombeiros. Só na chegada do Corpo de Bombeiros, entre 5 e 8 minutos depois, a máquina foi desligada. Os bombeiros demoraram no máximo dez segundos para retirar Gabriel da água. Gabriel fazia aulas havia dois anos, principalmente para dar braçadas, já que tinha medo de mergulhar. Apesar disso, participou de competições e até ganhou medalhas. Seu irmão, Bruno, de 15 anos, também fez aulas no clube. A família de Gabriel mora a um quarteirão do local do acidente. O caso agora está no 2º DP da Polícia Civil. Uma perícia foi feita ontem e o laudo deve ser divulgado em até 30 dias. Segundo Dinamaris, a família fará o que for preciso para responsabilizar possíveis culpados pela morte do menino.

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