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Menor deficiente foi violentado em prisão do PA, denuncia OAB

Policial filmou cenas no celular, segundo relato de presa transferida para Belém à presidente da entidade

Por Neri Vitor Eich e do O Estado de S.Paulo
Atualização:

Um adolescente de 16 anos com deficiência mental foi violentado por vários detentos em uma prisão do Pará. A denúncia foi feita nesta quinta-feira, 29, pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que divulgou uma nota sobre o caso. A denúncia acontece depois de o caso da menor L., de 15 anos, vir à tona. L. Ficou presa com 20 detentos em uma cadeia e foi vítima de violência sexual na cidade de Abaetetuba, no interior do Estado. Detentas bebem água racionada e OAB condena presídio do PA Cai delegado que chamou L. de débil Ação cobrará R$ 700 mil do Estado Presa engravidou duas vezes Segundo a nota divulgada pela assessoria de imprensa do Conselho Federal da OAB, "um adolescente de 16 anos com deficiência mental foi estuprado por vários presos na prisão de São Miguel do Guamá", cidade situada cerca de 260 km a oeste de Belém. A nota diz que a informação foi transmitida nesta quinta ao presidente nacional da entidade, Cezar Britto, na capital federal, pela presidente da OAB do Pará, Ângela Sales, por telefone. A advogada Ângela Sales acrescentou, segundo a nota, que a denúncia foi feita em depoimento por uma das detentas transferidas de prisões do interior do Estado para Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém. As transferências foram determinadas em decreto pela governadora do Estado, Ana Júlia Carepa, em meio à comoção nacional causada pela revelação de que a jovel L., de 15 anos, havia sido presa com vários homens que a violentaram, em uma cela de Abaetetuba, no interior do Estado. Em relato feito no Centro de Recuperação Feminina, a detenta transferida para Ananindeua revelou, segundo a OAB, que também ficara presa com vários homens em São Miguel do Guamá, mas disse que não sofreu abuso sexual nem outro tipo de violência. "Vi um adolescente com deficiência mental sendo estuprado pelos demais presos. E, pior: um policial filmou toda a cena com o seu celular", relatou a detenta, de acordo com Ângela Sales. A assessoria de imprensa da OAB federal reproduz, na nota, declarações de Ângela Sales a Cezar Britto: "Se conseguirmos, após investigar todos os casos que estão chegando ao conhecimento da OAB do Pará, depurar a Polícia Civil do Estado, já estaremos prestando um grande serviço à sociedade paraense", diz a presidente da OAB do Pará. "Vamos investigar quem eram as pessoas que estavam nos locais onde essas trágicas denúncias ocorreram. Vamos pedir a punição de todos. Na verdade, queremos é a demissão de todos os policiais caso os lamentáveis fatos sejam provados", conclui Angela Sales.

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