Menor muda depoimento e nega participação em ataque a ônibus

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Por Agencia Estado
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No dia da conclusão do inquérito, após uma série de reviravoltas, a menina de 13 anos que inicialmente confessou participação no ataque ao ônibus 350 e foi condenada com base nestas informações confirmou hoje em depoimento à polícia que mentiu ao dizer ter participado do crime. "Ela mentiu por medo, para se proteger de alguma ação policial que, acreditava, podia ser violenta. É extremamente desprotegida, abandonada, não tem certidão, não sabe ler e escrever, ficava catando guimba e fazendo favores na boca de fumo. Por ser menor, estava protegida. Encerramos a nossa parte, o destino dela agora será decidido pela Justiça", disse a chefe da investigação, Marina Maggessi. No ataque, cinco pessoas morreram queimadas e 14 ficaram feridas. Três defensores públicos acompanharam o depoimento por duas horas, na Delegacia de Repressão a Entorpecentes. Com base na confissão da menina, a polícia prendeu duas pessoas inocentes. O secretário da Segurança Pública, Marcelo Itagiba, reconheceu que informações equivocadas divulgadas pela polícia ao longo das investigações foram causadas pela necessidade de dar uma resposta rápida ao crime. "Às vezes a gente tem a necessidade de informar rapidamente, de dizer que foi esclarecido", afirmou, ao comentar a reviravolta no caso. "Todos têm um açodamento muito grande de dar e colher essas informações." Ele frisou, porém, que a investigação não foi encerrada e que dados novos surgem durante todo o processo de apuração. "Muitas vezes as coisas só se esclarecem ao final do inquérito. Quem vai definir a culpa de cada um é a Justiça". Seis suspeitos foram presos, cinco, mortos, e um está foragido. Reviravolta Na sexta-feira, a polícia identificou outros três suspeitos do crime. As testemunhas reconheceram um homem e duas mulheres detidos num grupo de nove pessoas em uma operação da DRE naquela tarde no Morro da Fé. Naquele dia, a menor de 13 anos que disse ter participado do ataque ao lado de Brenda e apontou Lorde como o mandante não foi reconhecida pelas vítimas como uma das pessoas que incendiaram o ônibus. Diante disso, a menor confessou que mentiu o tempo todo, induzindo a polícia, que a considerava testemunha-chave, a erro.

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