Mercadante faz campanha no interior paulista

Candidato ao governo paulista criticou severamente a segurança do Estado

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Por Agencia Estado
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Neste domingo, 23, o candidato petista ao governo de São Paulo, Aloísio Mercadante, esteve na cidade de Jundiaí, interior do Estado, durante o lançamento da candidatura dos também petistas Durval Orlato, que tenta sua reeleição a deputado federal, e Pedro Bigardi, um dos líderes do partido na região e que concorrerá a uma vaga a deputado estadual. O encontro marcado para às 11h00, na Associação dos Aposentados e Pensionistas da cidade, sofreu um atraso de aproximadamente meia hora. Várias lideranças partidárias compareceram ao evento, entre eles o presidente do partido dos trabalhadores na região, Antônio Galdino, um dos militantes mais antigos e respeitados dentro da cúpula do PT, segundo o próprio Mercadante. No decorrer da reunião, o candidato ao Palácio dos Bandeirantes falou sobre a importância da região jundiaiense no desenvolvimento econômico e social de São Paulo. "A região de Jundiaí faz parte de uma área estratégica no desenvolvimento industrial e social de todo o Estado, ou seja, é uma área procurada por grandes investidores que geram o aumento de renda e, conseqüentemente, investimentos. A posição geográfica da região também facilita o seu crescimento ajudando não só as cidades que compõe este cenário, mas também todo o Estado. Por isso é importante a sua participação dentro da assembléia legislativa e do congresso nacional", comentou. Durante o seu discurso, o petista elogiou o perfil dos candidatos locais ressaltando a persistência e a força de trabalho de Orlato, além da serenidade e competência de Bigardi. Além disso, Mercadante criticou duramente a situação atual da segurança no Estado e apontou como principais responsáveis a atual administração. "Os presídios se tornaram verdadeiras faculdades do crime. O governo estadual investiu vários milhões em segurança para colher esta tragédia. Isto é lamentável. O partido adversário prometeu, caso seja reeleito, a construção de mega presídios e isto me preocupa. Se esta promessa vier a se concretizar, o futuro governador será conhecido como o ´reitor do crime´. Uso esses termos porque os próprios detentos já consideram o sistema prisional como verdadeiros institutos de ensino ao crime organizado", disse. Para o petista, a solução está no investimento às penas alternativas e na separação dos detentos pelo grau de periculosidade. "É inadmissível tratar da mesma forma um ladrão de doces e um assassino. Com isso, em vez de recuperar, estaremos aumentando o número de delinqüentes. Precisamos estudar o uso de penas alternativas, que recuperem o cidadão ao invés de direcioná-lo cada vez mais ao crime. A única alternativa é dar ocupação construtiva ao infrator, ou seja, fazer com que o detento trabalhe e estude durante o período de pena. Isso o trará expectativa de vida fora da sela. O sistema de ociosidade desenvolvido em nossas cadeias não recupera ninguém. Cerca de 85% dos presos são jovens sem expectativa de vida e inclusão social, isto precisa mudar." Comparações Os candidatos da base governista fizeram comparações entre a gestão Lula e o antigo governo FHC, dando ênfase aos números e as estatísticas no que diz respeito ao setor da educação e saúde. Conforme disse Mercadante, a locomotiva do desenvolvimento chama-se educação, que puxa os vagões da saúde e da economia. "Quero ser lembrado como o governador que fez da educação, a paixão de São Paulo. Quanto à saúde, o Estado só terá avanços quando houver uma política de parcerias dos setores governamentais." Ao final do encontro, foi colocado em pauta as restrições de campanha e o curto espaço de tempo para a sua realização, cerca de 70 dias. Os representantes do partido afirmam estar acostumados a trabalhar com menos verbas e mais corpo a corpo. "Sempre trabalhamos desta forma, gastando sola de sapato e olhando nos olhos das pessoas. Ao contrário dos adversários, somos acostumados a trabalhar com pouco. Acreditamos que a restrição quanto a publicidade de campanha não irá afetar a nossa caminhada. Quanto aos membros do PSDB, não podemos dizer o mesmo", afirmam os candidatos a deputado estadual e federal. O evento foi marcado pela ausência do então candidato ao senado, Eduardo Suplicy. Mercadante justificou a falta do companheiro alegando problemas de saúde.

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