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Mercadante ironiza fama de mal-humorado de Serra

O senador voltou a cobrar do tucano a promessa não cumprida de permanecer na prefeitura da capital até o final do mandato

Por Agencia Estado
Atualização:

O candidato do PT ao governo paulista, senador Aloizio Mercadante, aproveitou seu primeiro evento de campanha na capital paulista para voltar a atacar o candidato tucano José Serra. Desta vez, Mercadante aproveitou para bater na fama de mal-humorado do ex-prefeito de São Paulo, e voltou a cobrar o não cumprimento de sua promessa de permanecer no cargo até o final do mandato. "Vejo meu adversário cada vez mais nervoso, com cara de rabugento e reclamando de tudo", disse o candidato, em um discurso para a militância petista na Praça da Sé, após uma caminhada pelo centro de São Paulo. "Eu sei que ele tem muito pouco a apresentar ao nosso povo depois de 12 anos de governo (do PSDB em São Paulo)", justificou o senador. Ontem, em um evento onde recebeu apoio do PPS para sua candidatura, Serra também tocou na questão de sua fama de mal-humorado. Na ocasião, o ex-prefeito afirmou que pode ter "cara feia", mas que esta é a mesma cara que o acompanhou ao longo de sua história. Além disso, disse que seu consolo é que, pelo menos, não tem "duas caras". Ao citar mais uma vez a promessa feita por Serra na época em que disputou a Prefeitura, Mercadante acusou o ex-prefeito de utilizar a cidade de São Paulo como uma forma de avançar em direção ao Palácio do Planalto. "Para ele, a cidade de São Paulo não representava nada a não ser um trampolim", criticou. "Ele pode ter enganado o povo uma vez, mas não vai enganar de novo", completou. Mercadante também voltou a provocar Serra ao afirmar que se o tucano ainda deseja disputar a Presidência da República, deve convencer seu partido a trocar o nome do ex-governador Geraldo Alckmin pelo dele. "Só que o partido não quer ele lá", disse. Cumprindo a promessa de atrelar sua candidatura à de Luiz Inácio Lula da Silva nessas eleições, Mercadante incentivou a militância a estabelecer esta mesma relação. "Vocês imaginam o que seria um segundo governo de Lula se nós estivéssemos em São Paulo?", finalizou. Guerra fiscal Ele prometeu trabalhar para pôr fim à guerra fiscal, caso venha a ser eleito nas próximas eleições. De acordo com ele, o Estado perdeu indústrias ao longo dos últimos anos em função da passividade da administração do PSDB e precisa buscar uma solução para o problema. "São Paulo disse que não ia entrar na guerra fiscal e ficou passivo durante todo esse período, assistindo as empresas partirem", disse o senador, em entrevista concedida logo após um evento realizado como parte de sua campanha no centro da capital paulista. Citando dados mais recentes do IBGE sobre o crescimento da indústria, coletados de 1996 a 2003, Mercadante disse que a indústria paulista avançou 18%, enquanto os demais Estados obtiveram crescimento de 67%. De acordo com Mercadante, esta situação deve-se, em grande parte, à falta de projetos estruturantes, como é o caso do Rodoanel. Ele contestou a idéia de que o anel viário não avançou por falta de recursos federais, atribuindo o atraso na obra à incapacidade da administração tucana de apresentar um projeto de engenharia para o trecho sul compatível com questões ambientais.

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