
09 de janeiro de 2011 | 00h00
Segundo Genivaldo, em 2004 o prefeito eleito João Ribeiro recebeu dinheiro, "doação feita de forma não declarada e em espécie". Na "mesa dos apóstolos", declarou, um participante, Olézio, "mencionou que gastou US$ 3 milhões nas campanhas eleitorais e que agora era o momento de cobrar os prefeitos eleitos beneficiados pelas doações".
Em troca do apoio financeiro, os prefeitos seriam pressionados a "implantar a terceirização da merenda ou dos chamados globais, que é a compra direta de gêneros alimentícios".
Genivaldo depôs três vezes ao Ministério Público, em 2010. É o principal colaborador da investigação que esmiúça os passos do lobista Paulo Ribeiro. O primeiro relato ocorreu em 19 de julho perante os promotores Ana Brasil Rocha, Sebastião José Pena Filho e Leonardo Rezek Pereira.
A segunda audiência foi em 3 de agosto e ele falou sobre ameaças. "Acabou o privilégio e nós vamos botar pra quebrar", diz ter ouvido de um motoboy que identificou como Gilmar. O terceiro depoimento de Genivaldo, em 30 de novembro, deu base para a ordem judicial de buscas na casa e no escritório do lobista. Ele decifrou contabilidade paralela encontrada pela promotoria e apontou o lobista como beneficiário de propinas. O advogado Leonardo Massud, que defende Genivaldo, não se pronunciou sob alegação de que a investigação corre sob segredo.
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