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Mesmo com baixo crescimento, economia gera 1,4 milhão de empregos em 2012

Segundo levantamento do IBGE, processo de aumento da renda continuou, mas queda da desigualdade desacelerou

Por Vinicius Neder
Atualização:

RIO - Apesar do pífio crescimento econômico de 0,9%, o mercado de trabalho gerou 1,4 milhão de postos de trabalho em 2012, entre formais e informais, e a taxa de desemprego recuou para 6,1%, ante os 6,7% de 2011, revelou nesta sexta-feira,27, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), o processo de crescimento da renda continuou, mas, dessa vez, o avanço foi menos concentrado entre os mais pobres e o contínuo processo de queda na desigualdade desacelerou.

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O Índice Gini, que mede a concentração de renda da população (quanto mais perto de 1, maior a concentração), ficou em 0,498 em 2012, ante 0,501 em 2011, quando considerado o rendimento do trabalho. A queda de 0,003 ponto porcentual ficou abaixo do 0,017 de recuo no acumulado de 2010 e 2011 e foi igual à ocorrida em 2009, quando a economia brasileira sofreu retração de 0,3%, na esteira de crise internacional de 2008.

Segundo o IBGE, a desaceleração na queda da desigualdade está associada aos ritmos de aumento de renda nas duas pontas da pirâmide social. "Diferentemente dos anos anteriores, em que caiu porque aumentou muito a renda nas classes mais baixas, dessa vez houve alta no rendimento do topo da pirâmide", diz Maria Lucia Vieira, gerente da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE.

Na média nacional, o rendimento real mensal do trabalho (das pessoas de 15 anos ou mais de idade) foi estimado em R$ 1.507,00 em 2012, alta de 5,8% em relação a 2011. Mas a desigualdade ainda é gritante: o rendimento médio real dos 10% mais pobres ficou em R$ 215,00, alta de 6,4%, enquanto para os 1% mais ricos foi de R$ 18.889,00, avanço de 10,8%. Em 2011, a renda real do trabalho dos 1% mais ricos era 84 vezes superior à dos 10% mais pobres; em 2012, essa relação passou para 87 vezes, segundo o IBGE.

Também houve crescimento real nos outros dois tipos de rendimento pesquisados pelo IBGE, o rendimento real de todas as fontes de renda (não só o trabalho) e o rendimento real domiciliar. No primeiro caso, a média nacional ficou em R$ 1.437,00, alta de 5,6% em relação a 2011. Já o rendimento médio mensal real dos domicílios particulares permanentes com rendimento foi de R$ 2.721,00, avanço de 6,5%. Os três rendimentos cresceram em todas as regiões.

Levando em conta apenas os empregados com carteira assinada, sem contar os trabalhadores domésticos, a renda média de 2012 foi de R$ 1.403,00, ganho real de 4,6% em relação a 2011. As empregadas e demais trabalhadores domésticos com carteira assinada foram a categoria de trabalhadores com maior evolução de renda na passagem de 2011 para 2012. Apesar de baixo, o rendimento médio mensal real ficou em R$ 811,00 ano passado, 10,8% acima de 2011. Em seguida, vêm os empregados domésticos sem carteira, com rendimento mensal de R$ 491,00, 8,4% a mais.

Também tiveram ganhos os militares e estatutários (0,9%) e os empregados sem carteira assinada (5,7%).

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