Técnicos da prefeitura de Porto Alegre e mergulhadores passarão a manhã de domingo retirando os mexilhões dourados que invadiram e ameaçam entupir parte da rede de abastecimento de água da cidade. Os serviços de tratamento e bombeamento de água na Estação São João ficarão parados por seis horas e 419 mil pessoas, um terço da população da cidade, ficarão sem água. O molusco é originário da China e teria chegado a Porto Alegre em águas de lastros de navios, de onde invadiu as tubulações subterrâneas. Como se multiplica rapidamente e adere às paredes, o animal reduz o diâmetro dos canos e pode até impedir o fluxo da água. A cada seis meses a presença do mexilhão é monitorada por mergulhadores. Além de ações de limpeza como a deste domingo, a adição de sulfato de cobre e o tratamento com sulfato de alumínio e pré-cloração reduzem a presença do molusco nos canos. Estudos já feitos em Porto Alegre indicam que o mexilhão prefere águas limpas e oxigenadas e por isso se adapta melhor às redes de captação de água. O molusco, identificado pela primeira vez na América do Sul em 1991, em Buenos Aires, não tem inimigos naturais na região e, por isso, pode se proliferar com facilidade.