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Mineira atropelada em Dublin quer ajuda para fazer tratamento

Ela ficou paraplégica após o acidente e quer voltar ao Brasil para se tratar no Hospital Sarah Kubitschek

Por Adriana Cardoso
Atualização:

A brasileira Aline Nogueira de Barros, de 26 anos, tem um sonho: quer voltar a andar e, para isso, quer a ajuda do governo brasileiro para que consiga um tratamento no hospital Sarah Kubitschek, em Brasília, referência no assunto. Ela foi atropelada por um caminhão no último dia 22 de julho, em Dublin, capital da Irlanda, quando seguia de bicicleta para o trabalho.  Acabou ficando paraplégica. No atropelamento, Aline fraturou a coluna, a bacia e rompeu os ligamentos dos joelhos. De acordo com o último boletim médico do Mater Public Hospital, onde ela está internada, as chances que tem de voltar a andar é de apenas 1%. O otimismo da jovem, no entanto, é comovente."Eu ainda tenho 1% de chance e, como tenho fé em Deus, vou me agarrar a isso". De acordo com os médicos, Aline terá de permanecer pelo menos mais dois meses em Dublin até que tenha condições de viajar para o Brasil para continuar o tratamento.  No dia 22 de julho, as 6h30 da manhã, ela cumpria a rotina de ir para o trabalho de bicicleta. As 6h45, parou no semáforo fechado ao lado de um caminhão. Quando o sinal abriu, ela foi entrar para a esquerda, mesmo sentido do caminhão. O veículo encostou nela, que perdeu o equilíbrio e caiu da bicicleta. "Protegi minha cabeça e quis ficar no meio do caminhão para que as rodas não passassem por cima de mim", disse. Mas o eixo traseiro do veículo a atingiu. O motorista fugiu do local sem prestar socorro, mas com a ajuda de testemunhas, a polícia localizou o caminhão. Agora, Aline esta processando a empresa. O caso da estudante tem comovido irlandeses e várias comunidades de imigrantes de toda parte do mundo que vivem na capital irlandesa. "Recebo visitas o dia todo, além de presentes." Ela também tem contado com a ajuda de muitas pessoas que estão arrecadando dinheiro em festas e campanhas. Ela conta que recebeu a visita de dois funcionários da Embaixada do Brasil em Dublin e espera que, com isso, o governo brasileiro se sensibilize com o seu caso. Viagem Natural de Varginha, em Minas Gerais, Aline seguiu o rumo de muitos de seus conterrâneos e foi tentar a vida fora do País. Só que, em vez dos Estados Unidos, preferência da maioria dos mineiros de sua cidade, escolheu a República da Irlanda, país cujo crescimento econômico tem atraído milhares de pessoas do mundo todo em busca de dinheiro por meio de um trabalho legal. Aline vive em Dublin há um ano, para onde veio sozinha. Estuda inglês - requisito para ganhar permissão de trabalho na capital irlandesa - e tinha três empregos antes do acidente. Trabalhava como entregadora de jornal no início da manhã e de panfletos à noite e como faxineira no período da tarde. Com o dinheiro, ajudava a mãe que tem vários problemas de saúde e dependente da ajuda financeira da filha para a compra de remédios. Os pais de Aline são separados e ela tem apenas uma irmã já casada. "O acidente estragou todos os meus planos", desabafou. Antes de ser atropelada, Aline sonhava em voltar para o Brasil após sua temporada em Dublin para concluir a faculdade de Direito, que teve de largar por falta de dinheiro. Agora, quer regressar para poder fazer seu tratamento perto da mãe. A embaixada brasileira de Dublin foi procurada pela reportagem mas não deu retorno.

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