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Mineração culpa chuvas por derramamento de lama em Minas

Lama atingiu casas de Mirai, na zona da mata, e em municípios vizinhos

Por Agencia Estado
Atualização:

A Mineração Rio Pomba Cataguases, divulgou uma nota oficial na qual atribui a causa do rompimento da barragem de rejeitos ao alto volume de chuvas registrado na madrugada da última quarta-feira. O acidente provocou o vazamento de pelo menos 2 milhões de metros cúbicos de lama no córrego de Bom Jardim, que deságua no ribeirão Fubá, no município de Mirai, a 335 quilômetros de Belo Horizonte, na região da zona da mata em Minas. A lama invadiu as ruas de Mirai e de municípios vizinhos e paralisou as atividades na área atingida. Os detritos atingiram também o município de Muriaé e ameaça ainda alguns municípios da região noroeste do Rio de Janeiro que ficaram sem água. A mineradora informou ainda que o acidente de quarta-feira não tem nenhuma relação com o outro ocorrido em março de 2006, quando o rompimento de uma das placas do vertedouro da barragem de contenção de rejeitos da mesma empresa ocorreu em Mirai, com o despejo de cerca de 400 milhões de litros de lama no córrego Bom Jardim, atingindo também o ribeirão Fubá e o Rio Muriaé. Durante entrevista nesta quinta-feira o secretário de Estado de Meio Ambiente de Minas Gerais José Carlos Carvalho informou que o governo estadual ainda não determinou o valor da multa que será aplicada à mineradora, mas que serão exigidas providências quanto à recuperação de danos e indenização a terceiros. "Vamos aplicar a multa máxima em relação ao episódio", afirmou. Na quarta-feira, o governo mineiro decidiu interditar em definitivo a mineradora. Pela legislação brasileira, a multa deve ser proporcional à extensão e à intensidade do dano causado pelo acidente", disse. A penalidade será determinada assim que os técnicos concluírem as avaliações no local. "Seguramente a nossa multa terá como referência o valor máximo previsto pela legislação brasileira de R$ 50 milhões", garantiu. A Rio Pomba Cataguases informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que ainda não foi comunicada oficialmente sobre a aplicação de multas, mas que assim que receber a notificação, o departamento jurídico deverá analisar se irá ou não recorrer da decisão. A empresa pertence ao Grupo Química Cataguases, que possui atuação também na fabricação produtos químicos inorgânicos, utilizado para tratamento de água potável, efluentes, esgotos, principalmente sais de alumínio e ferro, hipocloritos e aluminatos. O presidente da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), Márcio Nunes teria uma reunião durante a tarde com o presidente da Cedae, do Rio de Janeiro, Wagner Victer, para discutir ações em conjunto de atendimento à população atingida, já que há o risco de desabastecimento de água em alguns municípios flumineneses. A Copasa já enviou 38 caminhões pipa, além de 140 mil copos de água mineral ao município de Lages do Muriaé, primeira cidade que pode ficar sem água. A companhia informou que o abastecimento de água nas cidades mineiras atingidas pela lama está preservado.

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