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MEC libera R$ 8,5 milhões para reconstrução do Museu Nacional

UFRJ selecionou a Concrejato Serviços Técnicos de Engenharia S/A para realizar as obras emergenciais

Por Ana Paula Niederauer , Fabio Grellet e Isabela Palhares
Atualização:

RIO E SÃO PAULO - Dezessete dias após anunciar que destinaria R$ 10 milhões às obras emergenciais no Museu Nacional, destruído por um incêndio em 2 de setembro, o Ministério da Educação (MEC) divulgou nesta quinta-feira, 20, que até o fim do dia encaminharia R$ 8,5 milhões para o museu.

Um incêndio de grandes proporções destruiu o acervo do Museu Nacional, na noite do dia 2 de setembro Foto: Fabio Motta/Estadão

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O destino do dinheiro será Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a cujo patrimônio o museu pertence. Segundo o ministro da Educação, Rossieli da Silva, haverá "um complemento", mas ele não informou qual o valor nem quando será encaminhado. 

"Anunciamos hoje (quinta-feira) o pagamento da primeira transferência emergencial, de R$ 8,5 milhões, para a UFRJ. Teremos ainda mais um complemento."

O ministro afirmou também que o secretário executivo do MEC, Henrique Sartori, vai visitar o museu e a UFRJ nesta sexta-feira, 21, para conversar com os técnicos responsáveis pelas obras no museu.

"Estamos plenamente trabalhando em conjunto para a reconstrução do nosso museu e recuperação do acervo", afirmou Rossieli.

O Escritório Técnico da UFRJ (ETU) consultou empresas para avaliar se, conforme critérios técnicos e históricos, teriam condições de realizar o serviço emergencial no Museu Nacional. As empresas consideradas aptas foram convocadas para um sessão pública de apresentação de propostas, que ocorreu na terça-feira, 18. Representantes delas entregaram ao mesmo tempo envelopes que estavam lacrados e foram abertos na presença de todos. 

Reveja: como ficou o interior do Museu Nacional após o incêndio

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Durante essa sessão pública, da qual participaram cinco empresas, a UFRJ selecionou a Concrejato Serviços Técnicos de Engenharia S/A para realizar as obras emergenciais. Elas incluem cercamento, escoramento, remoção de escombros e construção de cobertura provisória no museu. Por enquanto, sem o escoramento, ninguém pode entrar no prédio, e a própria perícia realizada pela Polícia Federal ainda não foi concluída.

Pelo serviço, a Concrejato pediu R$ 8.998.057,66. A GS Serviços Especiais Ltda. pediu R$ 11.651.839,29, e a Construtora Biapó Ltda. cobraria R$ 12.342.844,80. A Stahldach Construções se ofereceu para fazer apenas uma parte do serviço, pelo qual cobraria R$ 2.477.113,34, e a Studio G Construtora Ltda. não ofereceu proposta.

A Concrejato integrava um grupo empresarial também composto pela Concremat, que foi vendida em novembro de 2016. A Concrejato foi responsável pela reconstrução do Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, e pela restauração do Palácio Gustavo Capanema, no centro do Rio.

Nesta quarta-feira, 19, segundo o ministro, o MEC recebeu da UFRJ documentos que detalham os preços dos contratos que serão assinados pela instituição nessa primeira fase de reconstrução do museu. Essa documentação era necessário para a liberação da verba, conforme o MEC.

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Outros prédios

No dia 11, o Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro pediu à Justiça que determinasse a interdição de seis outros museus situados no Rio e administrados pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), subordinado ao Ministério da Cultura. São o Museu Nacional de Belas Artes, o Museu da República, o Museu Histórico Nacional, Museu Villa-Lobos, Museu da Chácara do Céu e Museu do Açude. Para o MPF, todos estão sujeitos a incêndios semelhantes ao que consumiu o Museu Nacional, por falta de sistema adequado de combate ao fogo.

No mesmo dia, a Justiça Federal determinou que, no prazo de 30 dias, essas instituições e o Ibram apresentassem documentos sobre o que foi feito para evitar incêndios e um cronograma do que falta fazer. Passados nove dias, o Ibram informou nesta quarta que está tomando providências e que na última terça assinou um acordo de cooperação com o Corpo de Bombeiros do Rio para adequar aos parâmetros da corporação 16 prédios usados como museus no Estado. 

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"Três deles já estão em vias de receber certificado de regularização do Corpo de Bombeiros: Museu Histórico Nacional, Nacional de Belas Artes e Casa de Benjamin Constant", afirma o Ibram.

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