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Ministério do Trabalho paralisa fiscalização em Minas

Por Agencia Estado
Atualização:

As investigações sobre as possíveis irregularidades nos contratos de trabalho na zona rural de Minas Gerais estão suspensas por tempo indeterminado. A decisão foi tomada nesta segunda-feira, após reunião realizada na Delegacia Regional do Trabalho (DRT), na capital mineira, entre auditores fiscais e a secretária de Inspeção do Ministério do Trabalho e Emprego, Ruth Vilela. Além de optar pela paralisação, os auditores pretendem modificar o modo de atuação no Estado, visando aumentar a segurança no ato da fiscalização. A secretária de Inspeção do Trabalho disse que a decisão foi tomada em conjunto com os auditores com mais experiência na zona rural. "Pedi para que participassem da reunião fiscais com pelo menos dez anos de atuação no serviço. Traçamos alternativas e decidimos pela paralisação nos serviços até que uma ação para o aumento da segurança seja feita. Com isso, os trabalhos marcados para as próximas semanas estarão interrompidos", informou Ruth. Na reunião, os auditores apresentaram os processos dos últimos cinco anos com a intenção de se fazer uma reavaliação do risco de cada operação. "Antes do assassinato dos três colegas, não tivemos a capacidade de avaliar com precisão os riscos inseridos em cada processo de fiscalização. Não éramos capazes de calcular os indicativos de risco. Agora, com os processos nas mãos e com a palavra dos mais experientes, vamos tentar minimizar os riscos, antes de sairmos para o trabalho", explicou Ruth, informando que pelo menos três diligências ao interior de Minas estavam marcadas para esta semana. O delgado do Trabalho em Minas Gerais, Carlos Calazans, informou que mais um auditor fiscal sofreu ameaça de morte no Estado. No final da noite de domingo, o fiscal Flávio Pena, da subdelegacia do Trabalho de Manhuaçú, na região Leste, retornava para casa depois de um período de férias, quando atendeu um telefona de um homem que dizia falar da cidade de Teixeira de Freitas, no interior da Bahia. O homem teria perguntado ao auditor se ele "já havia visitado os fiscais mortos em Unaí, porque estava próximo a se juntar a eles". No telefonema, o homem disse que seu trabalho na cidade de Lajinha, que fica próxima a Manhuaçú, "estava desagradando muita gente e que isso podia ser perigoso". Calazans disse que, nesta terça-feira, irá reunir-se com o Ministro do Trabalho e Emprego, Ricardo Berzoini, em Brasília, para articular uma visita, acompanhado pela Polícia Militar, a fazendas da região. "O importante é que temos que tomar as medidas necessárias. E neste momento, o importante é garantir a segurança do auditor. Já comunicamos a Secretaria Estadual de Segurança Pública que cuidará disso", disse o delegado, que participará, em Brasília, da missa de sétimo dia em homenagem aos fiscais mortos em Unaí.

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