Ministro acumula derrotas políticas na gestão de Dilma

Orlando Silva quase perdeu o cargo para deputada de Pernambuco e viu braço executivo da APO ser descartado

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Por Luciana Nunes Leal
Atualização:

Além do desgaste com as evidências de uso político e má administração do Programa Segundo Tempo, reveladas pelo Estado, o ministro do Esporte, Orlando Silva, tem colecionado derrotas políticas desde a eleição da presidente Dilma Rousseff.Uma das principais lideranças do PC do B, o ministro quase perdeu o cargo para a ex-prefeita de Olinda e hoje deputada Luciana Santos (PC do B-PE) na transição do governo, mas o comando do partido não aceitou a mudança. Dirigentes da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e Clube dos 13 também saíram em defesa de Orlando, com o argumento de que ele já estava à frente de uma série de ações para a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016. O lobby funcionou e Dilma manteve o ministro. Os planos do PC do B de ocupar, além do ministério, os principais cargos das estatais criadas para os Jogos Olímpicos do Rio, no entanto, foram por água abaixo. Dilma não só determinou a revisão de todo o projeto da Autoridade Pública Olímpica (APO), como escolheu o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles para comandá-la. A presidente também decidiu acabar com a Brasil 2016, empresa que seria criada como braço executivo da APO. Em janeiro, o Estado noticiou que a Brasil 2016 era uma "estatal fantasma"."Nada nos foi comunicado, nem a presidente Dilma falou publicamente sobre mudanças (na APO). A presidente sempre teve uma atitude muito amistosa com o PC do B", disse o presidente do partido, Renato Rabelo.Já Orlando Silva afirmou ontem em Porto Alegre que sabia pela própria presidente que "a melhor solução política para a Autoridade Pública Olímpica é uma solução neutra". "Fiquei feliz com a votação no Congresso ontem (anteontem). Define como vai ser a gestão do projeto. Mais importante que debater nomes é discutir o modelo de governança. Esse passo foi dado."

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