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Ministro descarta ida de Beira-Mar para os EUA

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro da Justiça, Paulo de Tarso Ribeiro, afirmou, nesta quinta-feira, em Recife, ser inviável a idéia de transferir o traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, para os Estados Unidos, onde o bandido responde a processo por tráfico de drogas. ?A Constituição não permite e ponto (final)?, afirmou o ministro, durante reunião de superintendentes da Polícia Federal da Região Nordeste. A Constituição proíbe extradição de brasileiros natos. ?Basta ler a Constituição?, insistiu o ministro, derrubando a hipótese de transferência do traficante, defendida pelo secretário de Segurança Pública do Estado do Rio, Roberto Aguiar. ?Honra ou morte? Beira-Mar poderia ter sido mandado diretamente para os Estados Unidos quando foi capturado na Colômbia, em abril de 2001. Os dois países têm acordos nessa área, e os americanos tinham interesse em julgar Beira-Mar. Porém, uma vez que foi trazido de volta para Brasil, o traficante não pode ser mandado agora para outro país. Segundo uma fonte do Palácio do Planalto, a Polícia Federal foi voto vencido na defesa da entrega de Beira-Mar aos Estados Unidos, logo após sua prisão na Colômbia. Essa posição também era defendida por autoridades no Itamaraty. Mas o então governador do Rio, Anthony Garotinho, fez gestões para garantir o retorno do bandido ao Brasil. A captura do traficante era ?uma questão de honra ou morte? para o governo e a polícia cariocas. O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro na época em que Beira-Mar foi preso, coronel Josias Quintal, foi pessoalmente à Colômbia acompanhar a deportação do traficante, que estava foragido desde 1997, quando escapou de um presídio em Belo Horizonte. Proteção das Farc Desde dezembro de 2000, Quintal prometia a prisão do traficante para ?qualquer momento?. Mas ele só foi localizado por tropas do exército colombiano em abril de 2001, vivendo sob a proteção das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), na região de Vichada. No depoimento a autoridades colombianas, ele teria confessado que pagava US$ 10 milhões por mês para ter a ajuda dos guerrilheiros. Na época, Quintal conversou durante uma hora com o traficante, ainda na Colômbia. Depois anunciou que tinha ouvido de Beira-Mar revelações sobre nomes de empresários, políticos e policiais envolvidos com o narcotráfico. Mas esses nomes nunca foram divulgados.

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