O ministro da Defesa, Nelson Jobim, não afastou a hipótese da construção de um terceiro aeroporto no Estado de São Paulo, mas jogou para o futuro a decisão. Ele afirmou ontem que a obra seria no longo prazo, para atender o aumento da demanda de tráfego aéreo no País, e não para ajudar a resolver a crise aérea. A obra no médio prazo seria mesmo a terceira pista do Aeroporto de Cumbica. ''''Estamos pensando em uma perspectiva de aumento de demanda e que o terceiro aeroporto possa ser preparado para essa demanda'''', disse Jobim. ''''Não está absolutamente afastado o terceiro aeroporto, mas no momento não é o tema para resolver a questão emergencial.'''' Segundo ele, foi encomendado um estudo do aumento da demanda com perspectiva de 2020, o que não significa que seria esse o prazo para construção. ''''Vamos continuar discutindo dois assuntos. Primeiro, de médio prazo, a terceira pista. Paralelamente, precisamos iniciar, ainda este ano, definições claras de um terceiro aeroporto, considerando a demanda'''', garantiu. ''''Em relação a tempo de construção de aeroporto, eu não tenho a mínima idéia.'''' Na tarde de ontem, a ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, voltou a dizer que o governo investiria num terceiro aeroporto, como foi decidido na última reunião do Conselho Nacional de Aviação Civil (Conac) e anunciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva há 10 dias. No dia anterior, após falar com o governador José Serra, Jobim disse a Lula que a melhor hipótese era construir a terceira pista em Cumbica. Diferentemente do que pensava o governo, o número de desalojados para fazer a pista seria de 5 mil famílias, quatro vezes menor do que o estimado inicialmente. Segundo Jobim, as obras definitivas na pista de Cumbica devem começar em março, quando o Aeroporto de Viracopos, em Campinas, estiver preparado para receber 21 vôos extras. Já as provisórias são urgentes e devem começar na próxima semana. O ministro disse que essas obras imediatas - que classificou de ''''cosméticas'''' - servirão para que Guarulhos receba emergencialmente os 151 vôos transferidos de Congonhas. As obras serão feitas de madrugada e haverá pousos e decolagens em uma pista apenas. ''''Não tínhamos condições ainda de levar esses 21 vôos para Viracopos porque ainda não há lá os elementos necessários para segurança de vôo'''', disse Jobim.