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Ministro Medina diz estar preocupado só com seu irmão

Parente do funcionário do STJ foi preso na sexta durante a Operação Hurricane

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro Paulo Medina, do Superior Tribunal de Justiça, afirmou no sábado, 14, que está apenas preocupado com o seu irmão, o advogado Virgílio de Oliveira Medina, preso durante a Operação Hurricane sob a suspeita de envolvimento com esquema de jogo do bicho e máquinas caça-níqueis no Rio de Janeiro. Também investigado pela Polícia Federal, o ministro disse estar com a consciência limpa. ?Posso assegurar que os meus olhos se voltam para o alto com a certeza do meu encontro permanente com Deus.? Um dia após a deflagração da operação da Polícia Federal, Medina disse à revista Consultor Jurídico que estará à disposição da polícia, nos próximos dias, para explicar as suspeitas que recaem sobre suas decisões judiciais. O ministro garantiu que ficará em Brasília. Medina afirmou, também, que não espera ?que a imprensa faça o juízo mais justo ou injusto, mas que tenha responsabilidade, sem precipitação de esclarecer a verdade?. No segundo semestre de 2006, o ministro Paulo Medina concedeu liminar liberando 900 máquinas caça-níqueis que haviam sido apreendidas na Operação Vegas 2. A liminar foi cassada por decisão da presidente do Supremo Tribunal Federal, Ellen Gracie. As suspeitas sobre a lisura da decisão do ministro deslocaram o processo para a alçada do STF, onde o caso está sob os cuidados do ministro Cezar Peluso. O ministro Paulo Medina passou a ser investigado porque, na véspera da concessão da liminar, um grampo feito pela PF captou uma conversa do advogado representante dos bingos, Sérgio Luzio Marques de Araújo, também detido durante a Operação Hurricane, com Virgílio Medina. Na gravação da PF, o irmão do ministro aparece negociando a concessão da liminar em troca de dinheiro. A Polícia Federal deflagrou na sexta-feira a Operação Hurricane nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia e no Distrito Federal para deter envolvidos em esquemas de exploração de jogo ilegal (caça-níqueis) após um ano de investigações, ordenadas em uma operação sigilosa pelo ministro Cezar Peluso, do STF.

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