17 de outubro de 2010 | 01h00
Se a regra fosse levada ao pé da letra, o reajuste para 2011 seria apenas o da inflação, pois o PIB caiu 0,2% em 2009. Nesse caso, o mínimo ficaria nos R$ 540 que constam da proposta de Orçamento da União que está em exame no Congresso. No entanto, o governo já concordou em dar um reajuste um pouco maior, na casa dos R$ 550 a R$ 560, após negociação com as centrais.
Em 2012, o aumento será grande, da ordem de 12%, porque o PIB de 2010 terá uma expansão forte, na casa dos 7,5%. "Vai passar dos R$ 600", garantiu o ministro Carlos Eduardo Gabas. Segundo ele, porém, não há condições de elevar o mínimo a R$ 600 já em 2011. "Se colocarmos R$ 600 agora, para quanto vai em 2012, 2013?", questionou.
Além de uma política de ganhos reais, os aposentados foram beneficiados pelo governo de outras formas, informou o ministro. A data de reajuste mudou de maio para janeiro. Além disso, os pagamentos são feitos até o 5.º dia útil do mês, quando antes eles se estendiam até o 10.º dia útil. "Isso já é um ganho tremendo", afirmou.
Medicamentos. O governo estuda a possibilidade de distribuir gratuitamente aos aposentados os medicamentos para hipertensão e diabetes. Hoje, eles pagam 10% do valor dentro do programa Farmácia Popular.
Está em estudos, ainda, a criação de um índice de inflação específico dos aposentados para corrigir os benefícios. Hoje, a referência é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). No entanto, os aposentados dizem que esse índice não capta a inflação dos itens que eles mais consomem. Gabas disse que já foram encomendados estudos aos institutos de pesquisa. "Caso isso fique comprovado, a gente topa fazer discussão de um índice para eles." / COLABOROU EDNA SIMÃO
PARA LEMBRAR
Reajuste levou a ganho real de renda
O aumento real (acima da inflação) do salário mínimo é um dos principais fatores que explicam o aumento do rendimento médio da população brasileira, apesar da crise de 2008. A renda real do trabalho das pessoas ocupadas, incluindo todas as atividades profissionais, cresceu 2,2% em 2009, em comparação ao ano anterior, segundo o IBGE, O ganho real ocorreu em todas as faixas de renda. Outro fator importante foi a melhora do mercado de trabalho.
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