Modelos acusam donos da revista Playboy de assédio

Sócio teria proposto sexo em troca de trabalhos; empresário foi afastado da editora por tempo indeterminado

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Por Redação
Atualização:

SÃO PAULO - Um grupo de modelos acusa os donos da editora PBB Entertainment, responsável pela publicação da revista Playboy no Brasil, de assédio sexual, segundo reportagem veiculada neste domingo, 23, no programa Fantástico, da TV Globo.

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De acordo com as mulheres, o empresário André Luís Sanseverino teria proposto sexo às mulheres e pedido fotos delas nuas em troca de trabalhos como modelos e promotoras de eventos. Elas haviam participado de uma festa da revista caracterizadas como 'coelhinhas da Playboy'. Ao Fantástico, elas apresentaram cópias de várias mensagens de celular em que Sanseverino faz esse tipo de proposta a elas.

Segundo relato das mulheres ao programa da TV Globo, todas que recusaram os pedidos de Sanseverino não foram mais chamadas para realizar trabalhos associados à revista.

Outro dono da editora, Marcos Aurélio de Abreu Rodrigues e Silva, também teria assediado as modelos durante a mesma festa em que elas trabalharam como 'coelhinhas'.

As modelos entraram com processo contra os dois empresários pedindo indenização por danos morais e lucros cessantes (prejuízo por terem sido impedidas de conseguir novos trabalhos).

O Estado tentou, na noite deste domingo, sem sucesso, contato com os citados na reportagem. Ao Fantástico, Sanseverino e Silva negaram ter assediado as mulheres.

Já a editora PBB Entertainment enviou nota afirmando ter decidido "pelo total afastamento do sócio André Sanseverino, por tempo indeterminado, de quaisquer atividades relacionadas à Playboy". A empresa disse ainda que acredita que o empresário "deverá colaborar para elucidar os fatos até que as denúncias sejam apuradas", mas que ele não responde mais pela editora.

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A PBB afirma também que repudia toda forma de desrespeito contra a mulher e que, "ao longo de sua história, vem coadjuvando em defesa e em busca da liberdade e empoderamento das mulheres, não somente no Brasil, mas em todo o mundo".

O processo por danos morais contra o empresário André Luís Sanseverino, movido em 2017, foi arquivado definitivamente em maio de 2019 porque cinco autoras desistiram da ação. As quatro que permaneceram não pagaram as custas iniciais, tentaram a justiça gratuita, mas o pedido foi negado. Como não houve pagamento dentro do prazo, o processo foi arquivado sem a análise do mérito.

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