Modismo influencia no uso de cocaína

Para especialistas, geração ?Amy Winehouse? aprendeu a competir com homens no mercado e no abuso de drogas

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Por Fernanda Aranda
Atualização:

Uma "geração Amy Winehouse", que aprendeu a competir com os homens no mercado de trabalho e também no uso de drogas. O fenômeno por trás do maior espaço ocupado por dependentes do sexo feminino nas estatísticas do uso da cocaína (91% de aumento) é complexo, mas não tão difícil de ser decifrado, avalia o psiquiatra Daniel Cruz Cordeiro, que trabalha com dependência e oferece palestras para adolescentes. "Britney Spears e Amy Winehouse não aparecem como símbolos de dependentes e sim como mocinhas, loucas, que não têm nada a perder e se esbaldam nas drogas", define Cordeiro. "É um reflexo dessa geração que tudo mensura pelo consumo. Os garotos, e as garotas, querem beber mais, dançar mais, beijar mais na festa, usar mais drogas variadas para, assim, se divertir mais." Luizemir Lago, diretora do Centro Estadual de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod), pontua outras duas razões para a cocaína ter invadido a vida da mulher. "Elas estão mais atentas ao problema e procurando ajuda, mas estão sofrendo com o vício ainda muito jovens, o que compromete, em muito, sua capacidade de trabalho, num momento de início da carreira profissional." Erica, de 19 anos, e Darlene, de 42, são dois exemplos de mulheres que saíram de locais diferentes, nunca se viram, mas, de alguma forma, experimentaram o mesmo destino trazido pela cocaína: a solidão.

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