
19 de julho de 2015 | 03h00
BRASÍLIA - O radar a ser contratado pelo Brasil vigiará uma área que deverá cobrir todo o País e parte do mar territorial. As informações serão enviadas ao Centro Gestor e Operacional do Sistema de Vigilância da Amazônia (Censipam) e compartilhadas com os diversos órgãos do governo.
“Será possível monitorar todo o território nacional, mas isso ainda depende de estudos a serem aprimorados”, disse o diretor-geral do centro, Rogério Guedes. “Não sabemos como será a telemetria.” Ela é que definirá a área a ser monitorada.
Ele explicou que o projeto Amazônia SAR está focado no combate ao desmatamento ilegal naquela região, até porque ele é financiado com essa finalidade. “Mas, quando se trata de tecnologia, de ferramenta, ele pode ser usado para combater garimpo, narcotráfico e questões fundiárias.” Embora a atenção esteja voltada principalmente para as reservas florestais e indígenas, áreas estratégicas como a região marítima onde está localizado o pré-sal e áreas de fronteira também poderão ser monitoradas.
Inteligência. O Censipam, explicou o diretor, faz parte da comunidade de inteligência do governo. O compartilhamento de informações reservadas entre os diversos órgãos de repressão a ilícitos é da rotina do centro. Esse sistema já serviu, por exemplo, para estruturar uma grande operação de repressão ao comércio ilegal de madeira na região de Belém, no Pará, deflagrada em 2010 e considerada um marco na atuação integrada do governo, com participação de seis órgãos, incluindo o Ibama e a Polícia Federal.
Com o cruzamento de dados, os órgãos comprovaram que as madeireiras fraudavam autorizações de manejo florestal para retirar volumes muito maiores de madeira.
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