Moradores criticam novas construções

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Por Bruno Paes Manso
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A maior quantidade de linhas de trens e de metrô não significa menos carros na rua. Por esse motivo, caso os bairros sejam adensados da maneira prevista pelo estudo, alguns vão se transformar em lugares insuportáveis para se viver. Essa é a opinião dos representantes de moradores ouvidos pelo Estado. O presidente da Associação de Moradores e Amigos da Vila Mariana, Oswaldo Luiz Baccan, por exemplo, afirma ser contrário ao adensamento. "Hoje passam pela região duas linhas de metrô, que não serviram para desestimular o uso dos carros. Chega o metrô, mas as ruas não crescem, não aumenta a capacidade de saneamento, de luz elétrica, o que vem tornando a vida no bairro cada vez mais difícil", diz. A mesma opinião tem o presidente do Movimento de Moradores de Campo Belo, Antônio Cunha Nascimento Heitor. Ao saber que o estudo aponta Moema como um dos bairros com maior capacidade para receber empreendimentos imobiliários, Heitor ficou exaltado. Ele também argumenta que uma das maiores "balelas" do urbanismo atual é a crença de que o aumento da estrutura em transportes sobre trilhos pode desestimular o uso de carros. "O metrô não oferece ao passageiro a liberdade dos carros. Apenas uma pequena parcela da população vai abandonar os automóveis para usar metrô." PEDÁGIO URBANO "O estudo serve como um respaldo técnico para formulação de políticas públicas", diz o coordenador de Planejamento e Gestão da Secretaria dos Transportes Metropolitanos, Silvestre Eduardo Rocha Ribeiro. Já o arquiteto e urbanista Cândido Malta, que coordenou o estudo, ressalta que o uso de transportes coletivos só vai aumentar quando o poder público, além de ampliar a oferta, induzir os passageiros a abandonar o carro - com medidas como o pedágio urbano. "Essa é uma das grandes questões urbanísticas da cidade."

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