Moraes diz que 'não concorda' com declaração de secretário sobre mortes

Bruno Júlio pediu mais chacinas e foi demitido do cargo; para ministro da Justiça, afirmações não significam posição do governo

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Por Rafael Moraes Moura e Erich Decat
Atualização:
Alexandre de Moraes falou em 'crise crônica' do sistema penitenciário Foto: ANDRE DUSEK / ESTADAO

BRASÍLIA - O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, disse nesta segunda-feira, 9, que não concorda com as declarações do ex-secretário nacional de juventude Bruno Júlio (PMDB). Ele deixou o cargo depois de comentar o massacre de presos no Amazonas e em Roraima, ao afirmar que "tinha era que matar mais" e que "tinha de ter uma chacina por semana".

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"Eu não concordo com nenhuma das declarações ditas na sexta-feira. Um agente público não deve fazer essas afirmações, nem por brincadeira. Eu não concordo, o presidente Michel Temer não concorda, e o secretário não faz mais parte do governo. As afirmações dele eram pessoais, não significavam a posição do governo", disse Alexandre de Moraes, em coletiva concedida a jornalistas no Ministério da Justiça.

Bruno Júlio foi nomeado no ano passado por meio de indicação da bancada mineira do PMDB. Auxiliares do presidente Michel Temer consideraram a declaração do secretário "infeliz" e uma "tragédia".

Durante a coletiva, Moraes reiterou que a crise do sistema penitenciário "é uma crise secular, que se agravou muito nos últimos dez anos, seja porque o número de presos aumentou, seja porque não houve investimentos nos últimos dez anos". "Isso agravou o que já era uma crise crônica, em alguns Estados se tornou uma crise aguda", frisou.

Greve. Sobre a paralisação de vigilantes penitenciários em Goiás e a possibilidade de uma greve nacional, o ministro foi enfático: "Não me parece o melhor momento para realizarem greve".