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Morre o 6º morador de rua agredido em SP

Por Agencia Estado
Atualização:

Subiu para seis o número de moradores de rua mortos por causa de espancamentos ocorridos na região Central de São Paulo. A sem teto Maria dormia ao lado de uma amiga na Rua Barão de Iguape quando foi golpeada na cabeça na madrugada de hoje. Ninguém viu ou ouviu nada, nem mesmo a amiga, que identificou apenas como Shirley. Eram 5h35 quando o copeiro Pedro Celson Nicolau, de 27 anos, passou por ali e notou sangue escorrendo debaixo da cabeça coberta da sem-teto. Nicolau, que ia a pé do trabalho para casa, achou estranho e chamou o segurança de um hospital. Além de Maria, três sem-teto foram atacados e estão internados. A mulher que dormia na Barão de Iguape foi a sexta vítima a morrer. Horas antes um dos moradores de rua agredidos na madrugada de quinta-feira havia morrido no Pronto-Socorro Vergueiro. Ele estava em coma induzido por causa dos ferimentos na cabeça. Dele não se sabe nem o nome. O grupo que está desafiando a polícia e executando os sem-teto do centro já fez 15 vítimas ? a polícia confirma 13 casos e põe em dúvida 2. São seis mortos e nove feridos (sete, na contabilidade da polícia). Todos foram agredidos enquanto dormiam nas ruas. Os golpes feitos com um objeto contundente, um pedaço de pau ou ferro ou uma marreta, foram desferidos nos rostos das vítimas. Em sua primeira investida, o grupo ? a polícia acha pouco provável a possibilidade de um matador solitário, um psicopata ? deixou cinco mortos e cinco feridos. Na sexta-feira, outro sem-teto foi atacado, na Bela Vista. Na madrugada de hoje, o itinerário da matança começou na esquina da Praça São Vito com a Avenida Mercúrio. Foi ali que um guarda-civil encontrou Maria de Lourdes de Souza, de 47 anos. Empregada doméstica, ela disse que morava na rua havia poucos dias. Maria de Lourdes dormia quando sentiu uma forte pancada no lado esquerdo do rosto. Sangrando, pediu ajuda e foi levada ao Pronto-Socorro Vergueiro. Duas horas depois, na Rua Japurá, na Bela Vista, mais um caso. O morador de rua Angelo Roberto disse a policiais que havia caído, mas, segundo os médicos, a lesão na sua cabeça não foi provocada por uma queda. Passaram-se 20 minutos e policiais militares encontraram um homem pardo de cerca de 1,70 metro de altura com um ferimento na cabeça na esquina das Ruas Quintino Bocaiúva com a Benjamin Constant. Seu estado era grave. Confuso, balbuciava palavras, mas não disse nada sobre a agressão ou sua identidade. A última a ser localizada foi Maria. Um outro mendigo também foi agredido às 23 horas de ontem, na Praça da Sé, mas a ligação desse caso com os demais foi descartado porque os agressores eram skatistas. Nenhuma testemunha dos delitos ou pista da identidade dos criminosos foi achada pelos investigadores em mais essa série de crimes.

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