Morre vítima de tiroteio no Rio; total de mortos chega a 46

Dez traficantes presos no Estado foram transferidos neste sábado para presídio de segurança máxima

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Por Redação
Atualização:

Morreu neste sábado, 24, um dos três baleados em tiroteio na última sexta-feira entre traficantes e policiais nas imediações da Vila Cruzeiro, no bairro da Penha, zona norte do Rio. Severino Marcelino dos Santos, de 49 anos, foi ferido no rosto e estava internado em estado grave no hospital Getúlio Vargas, também na Penha, mas não resistiu e veio a falecer. De acordo com informações da Secretaria de Saúde do Rio, as outras duas pessoas baleadas no mesmo confronto já tiveram alta. Veja Também

 

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Uma semana após a derrubada de um helicóptero da polícia carioca por traficantes no Morro dos Macacos, na zona norte, a guerra entre facções rivais e as forças de segurança já somam 46 mortos, em confrontos na capital e na região metropolitana da cidade. Numa tentativa de desarticular a ação dos criminosos, dez traficantes presos no Estado foram transferidos na manhã deste sábado, 24, para o presídio de segurança máxima de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul.

 

Até então concentrada em favelas da cidade do Rio, a disputa por território e a consequente reação da polícia provocou três mortes na madrugada deste sábado em uma comunidade de Belford Roxo, cidade da Baixada Fluminense. Na sexta-feira, a violência já tinha chegado ao asfalto, aterrorizando os moradores do bairro da Penha, também na zona norte da capital.

 

 

No conflito mais recente, três supostos traficantes foram mortos em confronto com policiais militares do Grupo de Ações Táticas (GAT) e do 39º Batalhão nas proximidades da favela de Farrula, em Belford Roxo. Segundo a PM, os criminosos estavam em três carros que circulavam nas imediações da favela e foram denunciados por moradores da região. Ainda de acordo com os policiais, as viaturas foram recebidas a tiros quando chegaram ao local.

 

Um quarto bandido foi preso e disse que ele e os comparsas eram do Complexo do Alemão, na capital, e se transferiram para a Baixada Fluminense depois que começou a guerra entre facções criminosas, há uma semana. Caso a procedência dos supostos criminosos seja confirmada, o número de mortos desde o início dos confrontos vai a 45.

 

Na ação da madrugada deste sábado foram apreendidos dois revólveres calibre 38, uma escopeta, 137 papelotes de cocaína, um quilo de maconha e material para embalar as drogas. Nem os suspeitos mortos nem o detido portavam documentos, segundo a Polícia Civil.

 

Vila Cruzeiro

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Na sexta-feira, seis corpos foram encontrados na favela do Fumacê, em Realengo (zona oeste). Quatro estavam em uma lixeira e dois na rua. Até a noite, a polícia não tinha informações sobre o motivo do crime.

 

Na Vila Cruzeiro, 180 policiais do 16º Batalhão de PM foram recebidos a tiros. À tarde, o tiroteio continuou. Moradora do apartamento 403 de um prédio na Rua São Camilo - cuja janela da sala tem vista para Vila Cruzeiro, localizada a 500 m - a aposentada Maria José da Costa, de 50 anos, se escondia na cozinha quando foi surpreendida com a explosão da TV na sala. "Ouvi e saí correndo. Logo depois, o fogo começou. Foi a segunda bala perdida que entrou aqui. A primeira atingiu o armário. Vou me mudar", disse. A sala ficou destruída.

 

Atendimento suspenso

 

Após a operação, outro tiroteio apavorou os pacientes da UPA da Penha, na sexta-feira."Tivemos a informação de que traficantes do Morro da Chatuba, situado nos fundos do Parque Ary Barroso, levariam um comparsa ferido para UPA. Os PMs foram ao local e encontraram oito homens armados descendo o morro. Eles atiraram e revidamos", disse o tenente do 16º BPM, Márcio Martins.

 

Pacientes reclamaram que foram impedidos de sair. "Eu aguardava atendimento desde às 9 horas. Quando começaram os tiros, os médicos e funcionários correram. Os seguranças não nos deixaram sair, entramos em pânico", disse Jaqueline Xavier de Melo, de 27 anos. Irritado, o marido dela, Hilton Luiz da Silva, de 34, quebrou a porta da UPA e foi detido.

 

Também na sexta-feira, a PM prendeu 13 pessoas na Favela do Jacarezinho e em Manguinhos, dominadas pelo Comando Vermelho. A facção é acusada pela invasão ao Morro dos Macacos, no dia 16.

 

(Com Alessandra Saraiva, Luciana Nunes Leal e Pedro Dantas, de O Estado de S. Paulo, e Ricardo Valota, da Central de Notícias)

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